Guende – O Estercadiño – O Covato

Depois de uma noite de chuva pesada e vento forte, o dia amanheceu frio com céu pouco enublado e boas abertas. Pois é! Pelas “abertas” cai a chuva…é bem certo.

Ainda indeciso quanto a caminhar ou não, contemplei o Pico da Fonte Fria e o Coto das Gralleiras, antes de sair de Lobios, na esperança vã de os ver esbranquiçados.  Os 5ºc  de temperatura não eram suficientes para fazer jus à previsão de neve acima dos 1100m. As nuvens eram altas e parecia-me razoável iniciar uma caminhada despretensiosa em direcção a alguns desses altos. Com cuidados redobrados e controlando os impulsos que me diziam para não me meter em aventuras de mau gosto…lá estacionei à entrada de Guende.  Mochila às costas, iniciei a travessia  da aldeia. Ainda antes de passar a Igreja  cruzei com 3 residentes madrugadores que conversavam, tendo-os saudado. Senti no olhar deles a estupefacção de verem uma alma penada… Caçador não podia ser!  sem arma nem cães…que andaria ali a fazer uma criatura num Domingo de manhã e com um tempo tão instável? Fiquei com as orelhas quentes, logo cortadas por um vento moderado que soprava de SO ali dos lados da Nevosa. Bem lá atrás, lá para os lados dos Carris, cresciam umas nuvens cinza carregado que me faziam interrogar sobre as minhas opções. As intenções, se bem que pouco definidas, eram apenas reconhecer alguns dos antigos trilhos daquela zona que constituam uma aproximação rápida e em “terreno limpo” ao Pico da Fonte Fria. Se a coisa corresse bem, poderia descer em direcção a Bouzas, terreno já meu conhecido ( se bem que com muito mato, e um tanto ao quanto desagradável, sobretudo molhado!!!).

Logo depois de deixar a aldeia em direcção ao Estercadiño, começam as dificuldades de progressão devido ao estado do trilho. Dada a intensa pluviosidade dos últimos dias, as linhas de água transformaram-se em pequenos ribeiros que corriam sob o denso mato que encobria o que actualmente é possível reconhecer como trilho! Uma quantidade infinita de insípidas mariolas recentes, pouco fiáveis, e muito menos, esclarecedoras, contrastam com outras “antigas”, contribuindo para as indecisões na progressão em terrenos como este. A juntar a tudo isto – o mato pica… e a água é mais que muita – aquelas nuvens estavam mais próximas e já cobriam a Nevosa e continuavam em direcção à Teixeira.

Melhor que ver um arco-íris que se adivinhava iminente, era refazer o programa e regressar antes que se fizesse tarde. Meia volta, voltar! ordenei a mim próprio. Uma granizada pelo caminho de regresso e… nova aberta! Tempo para esticar um pouco mais as pernas, aproveitando para circundar a aldeia de Guende. Desci um pouco em direcção a Puxedo… e fiquei com uma “história” para contar brevemente.

Passeio domingueiro por Gustomeao

Depois de alterados os planos devido ao cancelamento da “Cãominhada“, pouco mais restava que um passeio domingueiro. Embora o Sol fosse espreitando timidamente, o céu encoberto sobrepunha-se aos cumes mais altos. Fácil. Caminhar a cotas mais baixas… ’tá-se mesmo a ver!!! Coisas de Domingo!

Saindo de Lobios ao acaso, pela estrada que nos conduz por Ogos, Delás, Saa, passámos por Gustomeao. Tomámos a decisão de estacionar e percorrer estes caminhos entre aldeias, como pretexto para esticar as pernas. Uma boa oportunidade para aprofundar os imensos caminhos e carreiros que servem – ou serviam – o acesso aos campos de cultivo, aos locais de pasto,  ligavam os diferentes lugares mais isolados, normalmente “estradas sem continuidade”, onde é difícil encontrar lugar para “inverter a marcha” quando nos vemos quase a arrancar com o retrovisor um pedaço de uma esquina já marcada com antigas cicatrizes…’ tá-se mesmo a ver!!! Coisas de Domingo! É incomparavelmente melhor percorre-los a pé.

Com as cores de Outono a renderem-se a efemeridade dia após dia, ainda podemos desfrutar de belos contrastes de verdes, amarelos, vermelhos e cores quentes de terra. Mesmo com uma luz difusa, própria destes dias enublados de montanha, encontramos locais que não cabem numa foto, por muito grande que seja a “resolução”. ;-)Mesmo assim, atrevi-me a tentar ser fotógrafo… ’tá-se mesmo a ver!!! Coisas de Domingo!

Brandas de Travanca, Berzavo e Bostejões

Mais um passeio, num “dia de encomenda” para caminhar, com o sol de Outono a realçar as cores da serra e com óptima companhia.

Cedo saímos e cedo regressámos. Havia uma segunda parte do programa que ficou por cumprir! Ficará para uma próxima. Cá p’ra mim, foi só pretexto para mais uma! Logo no início, uma viatura com jaulas para cães ali estacionada, recordáva-nos que era 5ª feira e dia de caça! Durante o percurso de ida e volta apenas ouvimos dois ou três disparos longínquos, e avistamos um só caçador ao longe. O silêncio da serra fazia-se superior, e algum gado que por ali pastava embalava-nos enquanto aqueles grandes e abertos espaços acastanhados pelos fetos que morrem e pelo verde que reaparece a camuflar o negro das zonas ardidas, nos enchiam os olhos e a alma. Até o cheiro dos cedros se fazia notar, ao ponto de ser comentado, tal era a sua intensidade. Deixemo-nos de poesia e…já sei! As fotos!

Não digo onde fui…

…nem com quem fui. Mas que foi um bom passeio, lá isso foi!

Começamos a boa hora, considerando que todas as horas são boas, passadas com gente assim. A culpa foi da Sr.ª da Padaria, e não se discute mais. Mas as “assandes” ‘tavam boas. E com Martini’s, não “on the rocks” ,mas de 7 km ascendentes, não há “assande” que não “bote figura”!

Eu meto-me com cada um...desde a mosquinha...não me deixam em paz... chiça!

Um agradecimento pelo convite e pela companhia, e, já agora, algumas fotos para quebrar o “mistério”….

...como o S. Tomé

...para Sul

...e para Norte

Com esta, para não ficarem dúvidas! Assim, os que não sabem, não me chamam tolo.

De Travanca ao Batateiro

O primeiro espectáculo do dia estava já a decorrer! As nuvens mais baixas, resultado do arrefecimento nocturno que já se faz sentir por aquelas altitudes, pairavam aos nossos pés. Por cima, um céu azul limpo servia-nos,  em bandeja, o resto de uma ementa requintada.

Não tenho feito grandes incursões por estas bandas, cheias de brandas! Mas aos poucos vai surgindo a oportunidade de me deliciar com a sua beleza.

De branda em branda, contemplando o Ramiscal lá no fundo, terminámos no Batateiro. Visitamos a mamoa ali existente, descendo depois, calmamente pela estrada, até S. Bento do Cando.

A juntar a isto, somo a agradável companhia daqueles que fazem o favor de me aturar. 🙂 Um dia em cheio!

Mais uma passagem pelas Minas das Sombras


Depois de um Sábado improvisado e muito agradável, , conhecendo (finalmente!) o João e o Jorge , revendo velhos amigos e visitando novos locais, enriquecendo o corpo e a mente em prazenteiros momentos de convívio, aproveitando uma melhoria das condições meteorológicas relativamente aos últimos dias, meti pés ao caminho.

Hoje, um Domingo de céu enublado com algumas abertas e previsões de chuva para a tarde, apareceu-me à frente das botas logo de manhã. Quando dei por ela, estava a caminho das Sombras, percorrendo o vale do Rio Vilameá. Já sei que, aqueles que me conhecem, estão a rir-se e a magicar, talvez perguntando-se baixinho: “O tipo não é tolo? Outra vez?….”

Pois! Fiz a pergunta a mim mesmo enquanto subia, lentamente, a estrada até à Ermida da Virxe do Xures, acabando por, lentamente, decidir continuar e não fazer mais perguntas importunas a mim mesmo. O anjinho mau e o bom, lá se puseram de acordo! -coisa rara- e permitiram-me mais este passeio higiénico. A motivação residia, essencialmente,  ver a transformação que as quedas de água deveriam ter sofrido como consequência das últimas chuvas. Já tinha saudades de “ouver”, aquele rio – termo usado por José Duarte – quando se referia a “ver” e “ouvir” ao mesmo tempo, –

Recebido por algum do gado que ainda se encontra na serra, terminei a subida com uma breve pausa nas minas. Regressei depois de algumas fotos já com o céu mais aberto e a luz a revelar tons outonais maravilhosos.