Das Forcadiñas a Chão do Requeixo

Saindo Lobios em direcção a Saá (o mesmo de sempre, sobretudo nestes últimos Domingos chuvosos!) – depois de passar Gustomeau – ao final dessa descida encontramos duas pontes. Um pequeno recanto permite estacionar o carro. Estamos nas Forcadiñas, confluência de duas ribeiras- corga da Ponicela e Rio da Chão do Requeixo – juntando-se ao Rio Cabaleiro ou Rio Macaco como é conhecido popularmente.  A Fervença das Forcadiñas proporciona, nestes dias mais invernosos, uma demonstração da força da água quando esta jorra abundantemente por entre as fragas.

Deixando o rugir das águas, inicia-se uma subida – Costa da Laxa- que nos leva até à Chão do Requeixo. Um passeio sem dificuldades, embora sempre à chuva, é compensador pelas cores exibidas pelos vales quando observados do alto.

Descendo o vale até à confluência da Corga da Pala e do Rego da Fonte Fria, passamos pela área recreativa da Chão do Requeixo, podendo depois prosseguir até Sampaio. Eu voltei para trás…

Pelo vale de Vilameá até à Amoreira

Não. Não fomos ver se a fronteira estava aberta. Mas estava! O tempo é que não. Vá lá, …feito o balanço…até podia ter sido pior. Não choveu muito, mas as nuvens poucas tréguas davam àqueles picos mais altos – Baltar, Fitoiro, Pion de Paredes… Nem o Altar de Cabrões deu um arzinho da sua graça, permanecendo envergonhado e escondido “entre as brumas” da montanha. Valeu a companhia e o convívio saudável. Obrigado Companheiros.  Ah! já me esquecia! – Como não ia lá há muito tempo 🙂 , passei pelas Sombras!!!

Um mês depois do incêndio de Agosto

No dia 8 de Agosto de 2010, um incêndio lavrava em Lobios. O incêndio terá começado próximo da “granxa das cabras”, exploração localizada quase à face da estrada que conduz de Lobios a Vilameá, tendo sido extinto nas imediações de Saá, povoação que chegou a ser evacuada. Passado um mês, num dia chuvoso, percorri a zona junto à entrada na Pista das Sombras.

Serão estas as verdadeiras e genuínas atracções turísticas do Parque Transfronteiriço Gerês/Xurés?

Não se trata de “Os de Lá” ou “Os de Cá”…

O Parque do Xurés juntamente com o Parque Nacional da Peneda-Gerês constituem a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês/Xurés, aprovada em 26 Maio de 2008 pelo Conselho Internacional de Coordenação do Programa da Unesco sobre o Homem e a Biosfera” …e não sei mais o quê, o que lhe queiram chamar. Mas, que mais se poderá dizer, e pensar, quando nos deparamos com cenários destes?

Guende – O Estercadiño – O Covato

Depois de uma noite de chuva pesada e vento forte, o dia amanheceu frio com céu pouco enublado e boas abertas. Pois é! Pelas “abertas” cai a chuva…é bem certo.

Ainda indeciso quanto a caminhar ou não, contemplei o Pico da Fonte Fria e o Coto das Gralleiras, antes de sair de Lobios, na esperança vã de os ver esbranquiçados.  Os 5ºc  de temperatura não eram suficientes para fazer jus à previsão de neve acima dos 1100m. As nuvens eram altas e parecia-me razoável iniciar uma caminhada despretensiosa em direcção a alguns desses altos. Com cuidados redobrados e controlando os impulsos que me diziam para não me meter em aventuras de mau gosto…lá estacionei à entrada de Guende.  Mochila às costas, iniciei a travessia  da aldeia. Ainda antes de passar a Igreja  cruzei com 3 residentes madrugadores que conversavam, tendo-os saudado. Senti no olhar deles a estupefacção de verem uma alma penada… Caçador não podia ser!  sem arma nem cães…que andaria ali a fazer uma criatura num Domingo de manhã e com um tempo tão instável? Fiquei com as orelhas quentes, logo cortadas por um vento moderado que soprava de SO ali dos lados da Nevosa. Bem lá atrás, lá para os lados dos Carris, cresciam umas nuvens cinza carregado que me faziam interrogar sobre as minhas opções. As intenções, se bem que pouco definidas, eram apenas reconhecer alguns dos antigos trilhos daquela zona que constituam uma aproximação rápida e em “terreno limpo” ao Pico da Fonte Fria. Se a coisa corresse bem, poderia descer em direcção a Bouzas, terreno já meu conhecido ( se bem que com muito mato, e um tanto ao quanto desagradável, sobretudo molhado!!!).

Logo depois de deixar a aldeia em direcção ao Estercadiño, começam as dificuldades de progressão devido ao estado do trilho. Dada a intensa pluviosidade dos últimos dias, as linhas de água transformaram-se em pequenos ribeiros que corriam sob o denso mato que encobria o que actualmente é possível reconhecer como trilho! Uma quantidade infinita de insípidas mariolas recentes, pouco fiáveis, e muito menos, esclarecedoras, contrastam com outras “antigas”, contribuindo para as indecisões na progressão em terrenos como este. A juntar a tudo isto – o mato pica… e a água é mais que muita – aquelas nuvens estavam mais próximas e já cobriam a Nevosa e continuavam em direcção à Teixeira.

Melhor que ver um arco-íris que se adivinhava iminente, era refazer o programa e regressar antes que se fizesse tarde. Meia volta, voltar! ordenei a mim próprio. Uma granizada pelo caminho de regresso e… nova aberta! Tempo para esticar um pouco mais as pernas, aproveitando para circundar a aldeia de Guende. Desci um pouco em direcção a Puxedo… e fiquei com uma “história” para contar brevemente.