Nas mesmas montanhas

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Não quero entrar em comparações PNPG vs PNBL-SX. Cada caso é uma realidade diferente, obviamente. Mas estamos a falar de uma só região e de valores Naturais comuns. Quer o PNPG quer o PNBL-SX, enfrentam problemas  e desafios similares, estando ainda longe do ideal para o qual foram criados. No entanto, não sendo o PNBL-SX um parque imaculado ou exemplar, as diferenças, nomeadamente regras básicas de visitação, são notórias quando comparadas com o PNPG. Como disse, não é meu objectivo fazer comparações generalistas. Não digo que este é melhor ou pior, mas que, e sobretudo em aspectos basilares do seu funcionamento, as diferenças são muitas. Quero apenas deixar a informação sobre o procedimento actual do PNBL-SX, relativamente a autorizações.

Para visitar áreas reservadas ou de protecção especial, no Parque Natural da Baixa-Limia-Serra do Xuréz-  PNBL-SX, há regras. São necessárias autorizações. A “sustentabilidade” é encarada com mais seriedade, na minha opinião.São zonas bem identificadas e sinalizadas.

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O processo de autorização é simples e GRATUITO. O pedido também pode ser feito  por telefone e obter assim uma autorização sem custos e em “tempo real”. A análise, de momento, é imediata.

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Exemplo de uma autorização concedida para visitar a aldeia de Salgueiro

Ao mesmo tempo, a fiscalização existe. A sua presença é um garante da (alguma) nossa segurança e uma defesa da Natureza às mãos de vândalos destruidores. No meu caso pessoal, as (poucas) experiências e encontros com autoridades, quer vigilantes do Parque quer da Guardia Civil ou SEPRONA, foram registados com apreço e simpatia.

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A “coisa”

Esta entrada é parte 7 de 9 na série Portaria 1245 - Taxas ICNB

A Portaria 1245/2009  e o POPNPG

Tendo terminado a discussão pública da revisão ao plano de ordenamento do PNPG. e sabendo que só serão consideradas as propostas e sugestões apresentadas por escrito, não deveria ser pública a sua consulta? Não deveríamos conhecer essas mesmas propostas e o “tratamento” de que serão alvo? Qual o seu peso, e em que termos, elas são consideradas?

O que vemos, segundo a notícia do JN, é que:

Logo no primeiro parágrafo, “Há quem queira prolongar o debate, mas foram apresentadas poucas propostas substanciais neste período.”

Depois, no último parágrafo, podemos ler:

Já o responsável pelas Áreas Protegidas do Norte do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiverdidade, Lagido Domingos, disse ter a ideia que não existem muitas questões. Contudo, salvaguardou que não é uma ideia “real” uma vez que o usual é entregarem as sugestões no último dia de discussão”

Assim, sobressai desta notícia -do primeiro ao último paragrafo – a falta de propostas, a falta de questões e a falta de  sugestões.

– Está tudo bem. Passemos à fase seguinte, porque como vêem não há descontentes! – é o que  fica dito nas entrelinhas.

Temo que a participação dos interessados não venha a ter uma tradução nas alterações que eventualmente venham a ser introduzidas no futuro documento final do POPNPG e seus regulamentos. Isto já para não falar das taxas e da Portaria 1245. Na sessão a que assisti, a discussão das taxas não foi considerada no âmbito da discussão da Revisão do Plano de Ordenamento. Como dizia respeito a uma Portaria e não ao Plano de Ordenamento que estava em causa, foi notória a recusa para a sua discussão e clarificação. Apreciei também a capacidade de esquivar a respostas a perguntas concretas, remetendo sempre para a frase cómoda e redundante: “apresentem por escrito…”

Temo que a união entre todos os lesados com a situação actual, não tenha a coesão e a visibilidade necessária de forma a surtir efeitos que conduzam a sua alteração.

Temo que a dispersão e variedade de interesses de todos os afectados pelas novas disposições, resulte numa participação pouco significativa em Braga no dia 12, referindo-me em exclusivo aos “montanhistas”.

Temo que uma fraca participação venha a dar argumentos aos que actualmente o defendem e legitime a sua aplicação, mesmo sabendo de antemão que  uma manifestação não é a solução efectiva da “coisa”. Mas é um princípio. A união faz a força!



Nevoeiro não é neve

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Pois não. Neve…foi ontem! Hoje tivemos uma variante muito menos grata. Diria até, ingrata. O Nevoeiro.

Tenho saudades da neve. De a pisar e de a ouvir debaixo das botas.

Mesmo convencido que hoje não lhe poria os olhos em cima, e muito menos as botas, rumei ao Xurez. ( Acreditem que a menos das “Taxas”, é muito parecido ao Gerês. Recordei a data e a comemoração de hoje…e continuo com dúvidas, cada vez mais, se não terá sido o princípio da asneira… fim do desabafo! antes que isto descambe)

Da Ermida até à Ponte de Porta Paredes, só para fazer o gosto às botas. Até que não foi mau de todo. O nevoeiro corria enrolando e serpenteando as encostas deixando, de vez em quando, avistar um ou outro cume mais atrevido. Uma meia dúzia de fotos e mais uma meia dúzia de pingos, é o que se pode reportar deste passeio higiénico nesta manhã de 1 de Dezembro.