…cada roca tem seu fuso – 7

Esta entrada é parte 7 de 9 na série Cancelas

Sempre me fascinaram as cancelas (?) que por aí proliferam e que são verdadeiros monumentos à criatividade. Também são testemunho de muitas mudanças e evoluções. Cada vez que vejo uma destas “instalações”, por vezes dignas dos maiores artistas, não posso deixar de fazer algumas reflexões. Umas, são brincadeiras e exercícios rebuscados de humor. Outras, tentam ser mais sérias.

Uma coisa será certa! Sempre se aproveitou! e as coisas sempre tiveram uma segunda utilização, não duvido. Sempre do velho se fez novo. Uma velha cama pode muito bem ser a nova cancela…São, sem dúvida, uma necessidade de recursos e o reflexo das condições sócio-económicas de algumas sociedades. A necessidade aguça o engenho!

A cancela mais “feia” até hoje

Esta entrada é parte 8 de 9 na série Cancelas

Quando no mês passado circulava de carro pela estrada que nos leva desde a Feira Vella – Entrimo- até à Ponte Nova, cruzando o Rio Pacin e seguindo em direcção à Terrachan, procurando trilhos novos, deparei-me com uma marcação dissimulada na vegetação. Até aqui tudo bem! Numa primeira mirada, fiquei contente por ter encontrado um trilho. Mas, ao atentar no local, verifiquei com desalento que se tratava, não de qualquer início de trilho ou percurso marcado que eu julgava ter acabado de encontrar, mas sim de uma cancela.

Não bastando a utilização indevida destes dois postes de marcação, que já tiveram melhores dias, fossem lá eles de onde fossem, a “cancela” continha outras “atrocidades”, nomeadamente a utilização de arame farpado.

Alguns detalhes:

Sou um apaixonado por essas “poesias” que algumas soluções de cancelas e portões nos proporcionam. Esta de poético nada tem, infelizmente…

Cada “cama” tem seu uso…

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E cada “colchão” tem seu fuso!

Não se esgota nos “sommiers” metálicos, a engraçada, prática e expedita reconversão em cancelas!!! Também os colchões de molas começam a proliferar e a ser utilizados para tão insólita função.

Infelizmente são uma má opção… e, sinceramente, não lhes acho piada nenhuma.

Por outro lado, compreendo bem o problema destas gentes ao quererem desfazer-se destes monstros domésticos. Não há um sistema de recolha a funcionar para estes tipos de lixo. Assim se “legitimam” estes maus comportamentos. Depois vem o frigorífico, a máquina de lavar e o televisor, o entulho das obras e as mobílias velhas.  Enfim, um sem número de coisas que, primeiro, nos enchem de vergonha, para logo a seguir ilustrarem bem onde estão as pequeninas grandes diferenças de mentalidades e consciência ambiental. Mas também não posso deixar de rir quando penso que muita desta gente, que desde sempre sulfatou e adubou, tem actualmente um curso de manipulador de produtos fitossanitários, -bonito nome que eleva qualquer um à categoria de especialista! – porque assim o exige a tal Europa  à qual parece que pertencemos…

Mas não é a obrigatoriedade do “curso” que está mal! O que está mal é que nunca começamos pelo princípio…

Rir, é o melhor remédio!