Comboio de corda

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Trilhos de ferro. Trilhos gelados, ao sol das Sombras.

Os trilhos “desse comboio de corda” chamado volfrâmio. Que tantos sonhos, do tamanho e com a  inocência da imaginação duma criança, alimentou. E realizou.

Que, paralelamente, tantas desgraças semeou. E marcou de forma indelével uma época.

Por aquelas bandas, o único com direito a meio de transporte  era o minério. Depois de processado, então sim, passava a andar às costas!

Processionária do Pinheiro (Thaumetopoea pityocampa Schiff)

É nesta altura do ano que começa a procissão! Cuidado sobretudo aos mais sensíveis a urticantes.

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As lagartas têm comportamento gregário, alimentando-se nas imediações do ninho, durante os períodos mais frios do dia. Mudam de árvore, em caso de queda ou de desfolha total. A partir do meio do ciclo de vida (Inverno) possuem pêlos urticantes de elevado potencial alérgico (microdardos), que lançam quando ameaçadas e que podem causar problemas de saúde pública.” in Pragas Florestais – CONFRAGRI

Fica aqui o artigo completo da autoria de Sara Pereira e António Heitor

Apicultura na Portela do Homem

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A avaliar pelo número de viaturas que este Sábado se encontravam  estacionadas na zona da Portela do Homem, (zonas de estacionamento destinadas a apicultores), podemos concluir que a Apicultura está em franco crescimento nesta região. Caso esta conclusão seja errada, podemos então dizer, com toda a segurança, que o que está em franco desenvolvimento e a crescer,  são a falta de civismo e o desrespeito banalizado. Quem assim se comporta, à vista de todos, como procederá uma vez sozinho nesses montes?

O Cubano- aberto 25 horas por dia

Após uma boa e prazenteira caminhada, nada melhor que um sítio agradável e gente simpática para recompor as energias. 25horas

Uma coisa é dar de comer ao espírito, outra é dar de comer ao corpo! …e para tal nada melhor que passar  em Lobios pelo Cubano.

A equipa da frente, com o amabilíssimo Celso, coadjuvado pelo Albino e pelo Paco, não podia ser melhor.

A experiência e sabedoria do ofício, são de uma mestria rara hoje em dia, digna de louvar.

É cada vez mais raro entrarmos num sitio e sentirmos o prazer de sermos servidos com agrado e sem que sejamos vistos apenas como o potencial cliente, a extorquir a qualquer preço.  O humor e boa disposição são a tónica dominante. Não só no pessoal da casa, como na generalidade dos clientes que a li passam.

Quanto aos petiscos…Passem por lá e depois digam de vossa justiça. A cozinha , ou seja  a equipa de trás, não lhe fica a dever nada.

Desde um “pulpo à feira”, galeguissímo e inigualável, até uns “chipirones” – umas saladas, empanadas, tortilhas , e com todo o requinte, sobremesas divinais e irresistíveis, mesmo para os mais renitentes a doçuras…

Uma curiosidade, – está aberto 25 horas!

Estranho? Qual quê! Com a diferença horária, e a frequência tão cumum de clientes portugueses faz com que, com muito orgulho e muito mais humor, exibam e apregoem:  “ABERTOS 25 HORAS”…

Cruz do Pinheiro e Encosta do Sol

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Com mais um fim de semana de bom tempo e  uma Primavera que se começa a manifestar-se em toda a sua força, aproveitamos para realizar mais um trilho.

Começamos  subindo a Cruz do Pinheiro até ao 1º marco da fronteira. O J1 (ou G1). (os “E” de Espanha estão transformados (a spray preto) em “G” de Galicia). hpim6196 Seguimos sempre nas proximidades do muro da fronteira tendo chegado até ao marco n.º12. A paisagem é magnifica em qualquer das direcções para onde se olhe.

Prosseguem os trabalhos de limpeza do monte – não sei se por parte das entidades portuguesas se espanholas – ambiguidade que se me coloca sempre que percorro a zona da fronteira; os marcos numerados, estão cerca de 10 metros afastados para  sul do muro!

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Chegados até ao marco 12, enchendo os olhos e a alma, voltamos para trás.

A Guarda da fronteira?

Mais uma caminhada iniciada na fronteira da Portela do Homem.
Mais um encontro confrangedor.
Uma cadelita, e pela qual nutro uma simpatia óbvia desde a primeira vez que a vi, apareceu ao fim de poucos minutos.
Vi-a pela primeira vez em finais de Novembro passado. Um sábado. Cedo pela manhã, estacionamos do lado Espanhol, que tem um parque e estacionamento assinalado – e porque a estrada do Gerês estava cortada e, simbolicamente, respeitamos a fita (simbólica), embora estivesse já rebentada(!) – da GNR, que interditava a fronteira.
Apareceu, gelada, tremendo, tímida e carente ao mesmo tempo. Aproximando-se, escorregando na neve que começava a gelar, carente de conforto e revelando uma desconfiança própria de quem já só pensa na sobrevivência, rondou-nos todo o tempo. Curiosa e esquiva a cada tentativa de aproximação, nunca se deixou tocar. Tinha coleira, facto que me incomodou ainda mais. Tinha dono e ninguém estava presente!
Estaria perdida? primeiro pensamento lógico.
Não.
De lógica não havia nada!
Estava (condenada a estar, digo eu, dada a quantidade de neve e gelo, à qual, manifestamente, demonstrava não estar habituada. Quem está, naquela sítio?) ali, simplesmente. Desapareceu em direcção ao edifício em obras(?), enquanto nos distraímos por breves instantes, começando a ladrar dentro das instalações.

Outras vezes que ali estacionei depois disso, voltei a sentir a sua presença.
Que fazia ali esta cadela? Quem tem a coragem de deixar “de guarda” uma cadela, não jovem, em auto gestão e isolada?

Hoje, ao chegar, a mesma recepção de sempre.

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Uma mistura de segurança, de saber bem com o que lida, com uma insegurança própria de quem está carente! Um animal acossado e refém do destino. Nem doméstico, nem selvagem, o que é pior, penso eu.
Um abandonado de longa data que se radicou?
Um…
Basta de suposições. Será que alguém sabe o que se passa com este animal, se tem ou não um dono, ou melhor, se alguém o trata. e se alguém o trata, se o trata de forma digna?

Isto porquê?

Quando, numa breve inspecção de curiosidade pura, às “ruínas” das instalações da ex- GF e Fronteiras, deparo-me para maior surpresa minha, com alguns sacos de ração para cão vazios e com ar de terem ali sido depostos para que o cão (cadela) se alimente. Depois, uma manta velha, também estendida com ar de ser a cama improvisada por caridade.
Tem dono?
Tornou-se residente e vive da generosidade, de alguns?
Alguém me ajuda a saber se a cadela precisa de ajuda? ou “ajudamos o dono” a perceber isso?