Altar de Cabrões

Altar de Cabrões, 01 Novembro 2011

Sem rezar qualquer oração, nem mesmo pagã, sem me “prosternar nem benzer”, fiz o culto ao local recordando Miguel Torga e muitos outros, mimoseando os olhos e sossegando o espírito.

Uma subida rápida até às Sombras, Alto da Amoreira tomando rumo para Carris e inflectindo depois para o Altar de Cabrões. (é velha a questão do Pico do Sobreiro/Altar de Cabrões/Altar de Cabrós…as diferentes cartas, altitudes, designações, etc, cada um escolha a que quiser 🙂 pois há variedade de escolha )

E o denso nevoeiro que me fez hesitar, começava a dissipar-se…A diferença mais notória neste vale, comparando com a quinta-feira passa, última vez que lá passei, é a água. Corre a bom correr por todo o ladoPassei pelas SombrasContemplei Carris…Subi até Altar de Cabrões… e fiz o meu cultoContemplei a Nevosa…Pitões das Júnias…virei-me, e vi a Louriça, e vi Santa Eufémia, e vi o Outeiro da Meda, A Lage do SIno, O Vale do Homem, Os Salgueiros da Amoreira e o seu curral, o Pion de Paredes, Corvelle, Marabaixo, e vi e revi. Descansei abrigado do vento e empanturrei-me de silêncio…Depois… foi só (a parte mais difícil!) arranjar coragem para abandonar o local e voltar à realidade.

S.João da Fraga e Fonte Fria

 O dia nascia e nós na estrada…Como eu gosto destas caminhadas sem objectivos pré-definidos…Ali pela zona e basta! E a zona era… Pitões das Júnias! 8:00H – 4 ºC e céu limpo com algumas nuvens altas. A geada dominava o planalto à chegada a Pitões…Depois foi num instante que chagamos ao Porto da Lage…Carvalhal do Teixo, para subir até à Capela de São João da Fraga.Um pequeno descanso e… havia que descer, para ir a outro lado qualquer.Depois de equacionado  tudo o que havia para equacionar, depois de vistos e imaginados os possíveis trilhos, a ideia subjacente a tudo aquilo sugerido era redundante – Fonte Fria. Devagar, (tudo é relativo!!! 🙂 ) tal como eu gosto. Com liberdade de ritmo, trilho e tempo. Com liberdade de tudo, mas ao mesmo tempo com uma consciência de grupo inquestionável. Que bom! Senti-me tão bem! Já não nos víamos há uns tempinhos…
Foi tempo para deambular, subir, descer, fotografar, conversar e fazer silêncio. Foi tempo para atravessar o Carvalhal do Fosso e estacionar depois do Cabeço Formoso para repor energias e almoçar.

Continuámos passando junto à imponente Fraga de Brazalite seguindo para o Pico da Fonte Fria. Não quero falar do resto do percurso. Entre cinzas e tições, trepámos até ao topo da Fonte Fria. Nas nossas costas, um grupo de cabras montesas espiava-nos descaradamente.Desde o alto a vista era assim…

No regresso, voltamos a contornar Brazalite para seguir o trilho tradicional até Pitões!

Marcel Duchamp esteve no Xurés?

Marcel Duchamp esteve no Xurés? ou sou eu a brincar com isto? “Duchamp foi o responsável pelo conceito de ready made, que é o transporte de um elemento da vida cotidiana, a priori não reconhecido como artístico, para o campo das artes. A princípio como uma brincadeira entre seus amigos, entre os quais Francis Picabia e Henri-Pierre Roché, Duchamp passou a incorporar material de uso comum nas suas esculturas. Em vez de trabalhá-los artisticamente, ele simplesmente os considerava prontos e os exibia como obras de arte.” (texto transcrito de http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcel_Duchamp)

Pelo vale de Vilameá…e mais além