Quando as botas uivam…

Pois foi mesmo assim.

As botas, esta manha, uivavam. Quais caes de caÇa desejosos de sair do canil e correr esse montes, seguir esses rastos.

Deixei-me de coisas, e fui dar uma volta com elas! Folgaditas que estavam, nem quiseram saber da chuva. Qual quê…Depois de ouvirem o sms do Rui cancelando, e bem, a actividade nem me quiseram ouvir. Saltitavam de contentes!!!Quem as segura?

 

Nao me restou alternativa. Já que estava tudo de acordo, e acordado, (botas e eu), resolvi ver como estava o vale de Vilamea….

Ao meio dia , ou carrega…ou alivia!

Carregou, i.e. nao chegou a aliviar!

Algumas fotos …nada de especial…e uma descida atë ao rio perto da corga da  Carballeira

Continua…Quando puder descarregar as fotos e utilizar um teclado que nao seja galego.

Ainda bem que se adiou…fica mais vontade para a proxima…(sem assentos E PONTUACAO DUVIDOSA)

Limites fronteiriços

A determinação das fronteiras entre dois territórios nunca foi assunto pacífico. Quer se trate de divisões administrativas entre lugares ou freguesias contíguas, quer se trate de fronteiras e limites entre nações (ou Reinos, no caso de Portugal e Espanha, à época), sempre se conheceram divergências de interpretação e sobretudo de marcação das respectivas linhas de fronteira. Se em algumas zonas, os acidentes geográficos bem como linhas de água, entre outros, são elementos suficientes para a exacta marcação destas “linhas”, já o mesmo não se poderá dizer nas zonas onde o terreno “corre” de forma mais indiferenciada.

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Vários foram os tratados ao longo dos tempos. Por mero acaso, encontrei esta publicação. Trata-se de um acordo assinado a 29 de Setrembro de 1864.

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No artigo 5 deste tratado, onde é focada a zona entre a Portella do Homem e Portella de Pitões, verificamos que os actuais limites são sensivelmente os mesmos. No entanto, quando percorremos esta zona junto ao muro de pedra solta que em determinada época definiu a franteira, verificamos que a localização desse mesmo muro e a colocação dos marcos numerados não é coincidente e estão afastados cerca de 15 a 20 metros, para sul. Sempre me intrigou tal disposição dos marcos.

Outro artigo deste tratado que me chamou à atenção, quer pelo seu conteúdo, quer pela sua redacção, foi o  artigo 25, e que  se transcreve

ARTIGO 25.°

A flm de assegurar a permanencia dos marcos que designam a liriha internacional, conveiu-se em que as municipalidades limitrophes dos dois reinos empreguem, ;na parte que Ihes respeite e de accordo com as auctoridades compétentes, as providencias que julguem necessarias para a con- servaçfto dos marcos collocados, reposiçâo dos destruidos e o castigo dos delinquentes. Para este effeito no mez de agosto de cada anno se fará um reconhecimento da raia por delegados das municipalidades confinantes, com assistencia dos administradores dos concelhos portugueses e dos alcaides hespanhoes. D’esse reconhecimento se lavrara auto, do qual se remetiera urna copia as auctoridades superiores administrativas, para que estas possam conheccr o estado da demarcacao da fronteira, e proceder segundo exijam as circum- stancias.

O tratado completo pode ser visto aqui.

Ficarei muito satisfeito, e agradeço desde já, qualquer explicação ou indicação de  documentos, que justifiquem a actual discrepância entre muros e marcos.

Sombras do Sino

Uma caminhada para todos os gostos e feitios. Manhã linda, de um céu azul indescritível. Raramente começo tão tarde…mas já tinha uma surpresa. Ainda pensei que era do meu sono àquela hora… mas não!  Eram 7.20 e um SMS dizia-me que um companheiro já tinha iniciado o trilho em direcção às Sombras,  – e eu que pensava que o louco era eu!- mas  devia esperar o grupo que chegaria mais tarde…digamos, bastante mais tarde, 🙂

Já passava das 9.00h quando todos nos reunimos na Ermida de Nosa Señora do Xurés. O dia prometia ser quente. O grupo  era constituído por pessoas muito diferentes mas com interesses comuns que se viriam a cruzar durante a jornada de forma muito agradável.
Iniciado o percurso clássico do vale do Rio Vilaméa, cada um a seu ritmo, fomos chegando às minas.

Pelo caminho , ainda tivemos tempo para observar aves de rapina que desfrutavam das correntes de ar quente que contornavam o vale. Fiquei contente com a satisfação do Boris ao sentir-se gratificado por todo o trabalho e sacrifício de carregar o seu tripé e todo o equipamento.

Tempo para um repouso seguido de visita exploratória do local. Dado o adiantado da hora decidiu-se almoçar ali.

Caminhamos até ao marco da fronteira e separámos-nos do grupo que continuaria com o Rui.

Oportunidade para despedidas (in)formais, fotos clássicas e de ver o grupo afastar-se fundindo-se com a serra. Segui com a Guida até à Laje do Sino.

Compromissos de tempo obrigavam-nos a voltar cedo…ficou uma grande vontade de continuar. A vista “aérea” do complexo mineiro permite uma avaliação diferente da dimensão da exploração assim como uma interpretação do terreno e sua “lógica” de desenvolvimento.

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Encontro com “O Rato”

Com os seus 83 anos e a boa disposição que sempre teve, D. José, mais conhecido pelo “Rato”, é uma das poucas memórias vivas dos tempos da exploração mineira do Volfrâmio. Amigo e companheiro inseparável de D. António Tejada, último proprietário (?) das minas, frequentemente o acompanhava nas suas deslocações às  Sombras tornando-se num dos seus homens de confiança. Aqui fica um breve apontamento.

Memórias vivas

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Foi com imenso prazer que ontem, dia 24 Domingo, passei a tarde conversando com uma das poucas memórias vivas da actividade mineira das Sombras.

São poucos os que sabem o seu nome – José! …mas todos conhecem o “Rato”. Era o homem de confiança de D. António Tejada, último proprietário das Minas das Sombras.

Brevemente penso partilhar aqui alguns dos registos video deste tão agradável e raro encontro.

Água quanta baste

Sábado, 16 Maio, 07:45. O silêncio dentro do carro durante a curta viagem para nos encontrarmos na Portela de Leonte dizia tudo…Caminhar nestas condições? deve haver um de nós que tenha um pouco de juízo e diga com determinação: “Assim não vale a pena. Fica para a próxima”. Por outro lado, estar ali e voltar para trás, não nos caía nada bem.  Raio! Que fazer?

A decisão apareceu com naturalidade! Andando e vendo! Já todos sabíamos o que nos esperava em termos meteorológicos! Água quanta baste! Água vinda do céu. Abundante, fresca e empurrada pelo vento. Água que corria pelos ribeiros, pelas rochas , pelos trilhos…

…e está quase tudo dito. Pelo meio ficaram grandes momentos de convívio e companheirismo. Um almoço soberbo no Conho e um regresso divertido. Sempre debaixo de chuva voltamos à Portela de Leonte.

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