Muro – Louriça
Tinha assumido o compromisso! “Lá estarei”, tinha sido a minha resposta no dia anterior! Mal eu sabia no que me estava a meter. Se o calor dilata os corpos, não é menos verdade, o princípio inverso. Esperava eu que o meu pé esquerdo, acordasse menos gordo e mais encolhido com os -6 graus que se faziam sentir e a geada comprovava. Poucas eram as melhoras do pé, mas não ia ser eu o desmancha prazeres!
A primeira foto do dia foi ao contentor do lixo na berma da estrada, ainda antes de chegar ao castelo do Lindoso, ponto de encontro.Estava assim:
Depois, foi só uma passagem pelo café para aquecer a alma e rapidamente fugir dos odores do mata bicho tradicional dos homens de barba rija, antes que a caminhada de “inebriante” passasse a “ébria”.
Sem grandes preocupações com o meu pé, fui testando, fui testando, e quando o teste passou a ser sacrifício, logo após uma breve paragem, já bem perto do alto, com um caçador simpático com quem conversei, tive que tomar uma decisão quanto ao continuar ou não, e as consequências que daí advinham. Sem querem condicionar o grupo, e equacionando o regresso que teria de gerir, optei por voltar para trás.
Nas calmas, e sem massacrar o pé, fui reflectindo em situações concretas do “funcionamento prático” do PNPG.
– Carros em demasia. Com e sem autorizações.
– Caçadores bem intencionados e de boas práticas, e “caçadores” pouco credíveis e de actividade suspeita. (a avaliar pelos cães usados e pela localização no terreno dos “caçadores”, até mesmo pela zona de caça, não me pareceu que caçassem coelhos…)
Enfim! Um cenário, infelizmente, conhecido! Uma falta de regras notória. E, infelizmente neste País, regras precisam de sensibilização prévia e fiscalização continuada. Regras urgentes, por favor! salvem o Parque, senhores responsáveis!
Rio Agro – Entrimo
Um Sábado com muito frio. Céu limpo, mas um Sol que não chegava a aquecer. Mais um passeio no Xuréz. Iniciámos num pequeno carreiro que fica na margem direita do Rio Agro – Também (?) denominado Covas – , logo depois de passar a ponte na estrada alcatroada que desce da Terrachá até a A Illa. Deixámos o carro junto ao tanque, do outro lado da estrada. A intenção era testar o meu pé esquerdo, num passeio bucólico (que frio!) junto ao rio, e ao mesmo tempo, verificar o seu caudal e curso de Inverno, pois fiquei curioso quando lá passei lá em Agosto passado, ao fazer o trilho completo até Pereira e Bouzadrago, sempre junto ao rio.
A presença do Homem, mais ou menos recente, fica bem marcada por, trilhos, muros e vestigios de construções, tais como antigos moinhos, ilustrado p.ex. nestas mós que quase parecem pedras do caminho;
Lindoso – A primeira inundação
Dezembro 1991
Agradecimentos
Têm sido imensos os agradecimentos e votos de apoio que recebi – e vou recebendo – pessoalmente, assim como muitos outros que vou descobrindo por essa blogosfera fora.
Primeiro que tudo, quero aqui, e desta única forma, agradecer a todos os comentários e palavras de incentivo que me foram dirigidas individualmente. No entanto gostaria de deixar aqui um outro comentário que é, ao mesmo tempo, um esclarecimento. O seu a seu dono. A organização desta marcha deve-se, acima de tudo e quase que exclusivamente, ao Rui Barbosa. Falando da minha participação em concreto, ela acontece de forma natural e deve-se essencialmente ao meu relacionamento pessoal com o Rui. A frequência dos nossos encontros gerou a discussão positiva de alguns problemas e acontecimentos recentes, aliada ao facto de termos um posicionamento muito idêntico relativamente à problmática PNPG, fez com que o Bordejar, expontaneamente, se solidarizasse com o Rui e penso que o mesmo aconteceu com o Alma de Montanhista. Aceito os agradecimentos por educação e cortesia, não podendo deixar de referir que a minha colaboração é/foi miníma, considerando-a eu mais um dever, do que propriamente um acto voluntário altruista e filantropo. Digo-o com honestidade e sem falsas modéstias;
Fiquei contente com a adesão. O número significativo de presentes foi um dos aspectos que mais me agardou. Por outro lado, (ainda) notei muitas ausências.
Aproveito para vos deixar uma história curiosa, que ouvi/aprendi há muitos anos com gente da genuína Ribeira de Viana do Castelo.
Quando os barqueiros do Lima atravessavam algum colega para a outra margem, este normalmente agradecia a “passagem” quando, uma vez chegado ao distino, desembarcava. Caso perguntasse quanto devia, a resposta era invariável : “Barqueiro não paga a Barqueiro”. E cada um seguia a sua vida!
Como se aplica tão bem aqui esta história. Não fizemos mais que a nossa obrigação!
Um abraço