Arquivo da Categoria: Caminhadas
A chover no Homem…
Seja qual for o pretexto…
… esperando que as condições meteorológicas não fossem muito para lá do previsto, lá partimos cedo da Portela do Homem. Antes da chuva (finalmente 🙂 !) ter começado, ainda foi possível obter algumas fotos no Vale do Homem…
Já no alto, o vento e a chuva fizeram-me passar ao modo “fotografia sub-aquática” e ensinar a máquina fotográfica a nadar….
Algumas fotos conseguidas!!! as que escaparam sem ter uma grande pinga na lente…
Para lá e… para cá
O destino da caminhada de hoje foi escolhido em comum acordo, já no carro em direcção ao Xurés. Isto era (só) para ser democrático. Mas não me deixaram! Obrigaram-me a decidir. Pois….de um momento para o outro, já me tinha metido em apuros e o dia ainda estava pela frente. Das muitas possibilidades e sugestões surgidas, na democracia do “..para mim está sempre bem, decide tu!”, a minha dúvida era bipolar! ainda bem. e como dúvida que se preze, mete discussão, discutimos. Não discutimos “o sítio onde iríamos”, mas sim, “quem decidia”. Calhou-me a mim! infelizmente
Era impensável “arrastar” estes companheiros para visitar a área ardida recentemente. Era o que eu tinha “destinado” para hoje!
Depois de um arrepio que me deixou desconfortável, um abanão de cabeça, e com a cabeça entre as orelhas, ainda, o destino apareceu.
Proposta: Subimos até ao ponto mais alto, e quando não houver nada mais alto descemos? Resposta: Vamos!
E fomos para lá…Ao passar a Ponte de Porta Paredes e enquanto o João e o Macedo se concentravam na pouca água corrente e no seu hipotético povoamento de sua predilecção…avistei um poste de marcação do trilho a flutuar semi-encalhado e preste a ir rio abaixo
Baixo ao rio, recolho aquele náufrago… e devolvo-o no trilho. (não que seja muito útil, mas …)
Subir! Subir! e depois, mais ou menos sempre a subir…Subir o vale. Contemplando a pouca água que pouco corria…e levando com o vento nas ventas…
E com estes três raios de luz, contemplando o Pion de Paredes, último guardião das Sombras à nossa frente e escondendo o Altar de Cabrões, continuámos a subir.
Deixando o olhar preso na Lua ( o avião era escusado!) e no maciço de Baltar que ficava para trás, subimos…de Mina em Mina…com Cabrões pelo meio
E depois foi só procurar qualquer coisa mais alto pelas redondezas…
Fechei (fiz que fechei) os olhos para não ver a serra a preto e branco…e voltámos pelas sombras das Sombras. Os astros estão certos e o Sol já vai mais baixo…mas o Tempo…o Outono, o Outono vai mesmo tolo não vai?
E depois de tanto subir e descer…fomos para o carro que estava mesmo ali onde tinha ficado,… a melhor coisa depois de uma caminhada quando termina longe de casa…Obrigado aos companheiros por me aturarem! a culpa é do João que me disse para insistir na linha…pois
Como as malaguetas
18 de Outubro, Leonte
Pequenas mas concentradas, como as malaguetas quando são boas e não estamos à espera delas, são estas incursões, por trilhos apagados mas indeléveis e cheios de conteúdo, que tornam uma caminhada informal em momentos fantásticos e únicos.
Picam que se farta. Foram traçados pela “necessidade”, pela vontade e pela vida de gerações. Gerações que de legado cultural, têm cada vez menos. Sem lamentos. São factos Globais! 🙂
Começámos na Portela de Leonte e passeámos devagar… até à Varziela, vendo, ouvindo e sentindo um Outono que se avizinha mas teima em tardar, tentando prosseguir na interpretação autêntica destas paragens e destas Gentes. Fomos conversando e depois…chegámos… Ao carro! Às conclusões? chegaremos?
Que bem sabem estes trilhos!
Pois…as fotos! onde ia eu?
Subindo à Louriça desde Vilarinho da Furna
Há caminhadas, e caminhadas…De Vilarinho da Furna até à Louriça
Hoje foi uma daquelas caminhadas que ficam gravadas a ferro e fogo. Há muito muito tempo que não visitava Vilarinho da Furna…e nunca tinha abordado a Louriça por este lado. A caminhada em si, nada tem de especial! Ascendente, distância, terreno, e continuando tecnicamente, por aí fora com todos os parâmetros, nada de transcendente comparado com as “passeatas” que vamos fazendo por esses montes. O toque especial desta caminhada foi o conteúdo. Não sei porquê! Primeiro porque começou em Vilarinho, a aldeia sacrificada ao progresso, remetendo-nos necessariamente para reflexões e análises tão simples e, ao mesmo tempo, tão complexas como as gentes e a cultura que lhe estavam/estão associadas. Depois porque cruzamos com 3 pessoas que “peregrinavam” a S. Bento. E o que tem isto de espanto? Nada. Pelo menos contado assim! O espanto está em pequenos detalhes. Mas por que raio fui eu olhar para os pés daquela senhora! Descia sem calçado, tendo nos pés apenas umas meias…dessas meias grossas vulgares! E como se não bastasse, depois de chegados às Peijoqueiras, inconscientemente 🙂 escorvou-se o potencial explosivo que carrego quase sempre que caminho com o Rui. Nós os dois sozinhos e com os pensamentos maquiavélicos que frequentemente se apoderam das pernas, não era caminhada se não metessemos uma complicação qualquer…e se um diz mata, ou outro, já nem diz nada! Esfola-se e já não se diz mais nada. O Rui até é vegetariano!!! 🙂
Foi um dia bem passado! Subir até às Peijoqueiras, é como pisar chão sagrado. Cada detalhe, cada pedra do caminho, remete-nos para Artes, Ofícios, Mestrias, Culturas e Vivências extraordinárias e únicas. As pedras falam…só precisamos de aprender a lê-las!
Obrigado Rui….mas ouve lá, aquela mariola, a tal, foste tu que fizeste, não foste?
Algumas fotos:
De Ganceiros à Cela
De Ganceiros à Cela, ou o trilho da mentira…
Uma caminhada ( e um dia!) para esquecer. Era dia de Rally! como expliquei aqui.
O último prospecto (coisa horrorosa!) distribuído pelo PNBL-SX apresenta o “novo” sendeiro Ganceiros – A Cela – Pitões. Já tinha percorrido esta zona no ano passado, e, maldito rally, repetir o caminho, parecia-me a melhor opção dadas as circunstâncias. Já eram 8:30 e, sem grandes alternativas pela zona, convenci-me a ir ver como estaria o tal trilho, uma vez que está sugerido no dito prospecto.
Com uma boa dose de desconfiança, estaciono à saída de Ganceiros junto ao início do estradão de terra batida. A primeira confirmação das minhas suspeitas ocorre quando se deixa o estradão e se segue por um caminho empedrado. Dois postes, sem qualquer marca ou inscrição, assinalam a bifurcação.
Logo a seguir, no tramo que sobe, segundo poste. Igual aos anteriores desprovido de qualquer marca.
Segue-se um desfile de postes de marcação, e que mostra ao mesmo tempo o aspecto e a conservação generalizada do trilho.
e quanto a limpeza:
Até que apareceu uma “marca”
…e outras da mesma autoria, suponho!
Chegado ao alto de Rebordiño e já sem a sombra do pinhal, avisto a famosa ponte, quase tão famosa como esta, que atravessa o Salas e nos possibilita o acesso a A Cela.
A descida até à ponte faz-se seguindo por trilho igualmente por limpar. Apenas esta aceitável no tramo final mesmo ao chegar à ponte.
Saindo da ponte…
Até que aparece uma marcação!
e, ou oito ou oitenta…ou seja, a limpeza também “limpou” o poste, como se vê (mal mas vê-se o poste caido) aqui,
Para logo depois se encontrarem cobertos pela densa vegetação do caminho que, pela parte de baixo da estrada, nos leva até à aldeia de A Cela.
Ao fim disto tudo, chegado à aldeia, para terminar em beleza, regressei pelo mesmo caminho até ao Alto do Foxo, descendo até Ganceiros pelo estradão. Continuei a ver marcações antigas e sem sentido algum. Será que sobra alguma coisa, daqui?
Já em Março de 2010, as coisas não iam bem…mas continuam
Uffa! que dia…