Ao meio dia…ou carrega, ou alivia

21 NOV 09 – Começamos cerca das 9:00h e já sabíamos que não podíamos esperar outra coisa que não fosse um dia de chuva. Mas tanta?…

Mal começamos a descer o asfalto em direcção ao início do antigo estradão de acesso aos Carris, os primeiros pingos grossos instalavam-se em regime de permanência…e com tendência a piorar. Até às 15:30, hora a que terminamos, foram 6 horas  debaixo de uma chuva grossa e fria e por vezes tocada a vento forte. Castigadora! Nada que se recomende. A menos da beleza proporcionada, caminhar nestas condições não tem muito de agradável, verdade seja dita. Cerca do meio-dia, a coisa complicou-se com a intensidade da chuva e vento a aumentarem. Havia que regressar. Ao iniciarmos a descida, logo o Rui me chamou à atenção para o rápido aumento do caudal do rio Homem. Ali pelas Abrótegas, onde tínhamos recolhido água duas horas antes, o nível teria aumentado mais de 2 palmos, já que as pedras que nos tinham apoiado estavam francamente submersas. Estas duas fotos (feitas às 10:13 e 13:50, respectivamente, na zona do Madorno, olhando em direcção ao Curral das Albas) mostram a diferença e ilustram bem aquilo que ontem foi surpreendente: o repentino aumento do caudal de um rio e das ribeiras e linhas d’água que o alimentam. Tudo era água. Muita água!

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Água mole…

21 Novembro – Vale do Alto Homem, com muita chuva.

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Foi uma caminhada “pesada” mas compensatória. Muita água corria por aquela serra abaixo. Em pouco mais de 2 horas, as paredes pareciam rebentar e jorravam água por todo o lado. Até o gasto trilho que corre pela margem esquerda do Homem em direcção aos Carris, parecia mais uma linha de água que um caminho.

 

Há coisas incríveis, não há?

Uma vez na fenda da Calcedónia encontrei, no mesmo dia, 2 grupos  grandes “guiados” que visitavam a zona. Fiquei apavorado, e ainda bem que não assisti a nenhum acidente, embora estivessem reunidas todas as condições!!! Também me preocupei com o número de pessoas que visitavam a zona e o controlo das cargas diárias. Interroguei-me sobre as condições  de segurança em que o faziam. Interroguei-me das consequências e das soluções possíveis para evitar situações destas…Como era isto possível? Não havia dúvidas. Estava a acontecer ali diante dos meus olhos incrédulos. São necessárias, e urgentes, medidas de segurança, pensava eu.

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Quem estuda o problema? De que forma está vertido nos regulamentos que propõe o POPNPG/ICNB ? Nas autorizações taxadas é que não estará de certeza.

POPNPG – (mais) uma solução infeliz?

Esta entrada é parte 5 de 9 na série Portaria 1245 - Taxas ICNB

HPIM4285Ao ver, e sentir, esta vaga de desespero bilateral na turbulenta discussão do POPNPG, fico preocupado com alguns comentários e opiniões vindas dos mais diferentes quadrantes. A minha preocupação prende-se com a união, factor que considero fundamental para o sucesso de qualquer contestação contra este tipo de situações/instituições. Cada um defende a sua Dama. E é isso que me preocupa.

Lesados? Lesados somos todos, no meu mais simples entender! Os Residentes, os Lavradores, as Associações, os Clubes, as Empresas, os Visitantes, enfim, Todos!

Beneficiados? Muito sinceramente, já não sei o que pensar. Se, pelo menos a Natureza fosse beneficiada, aceitaria e ponto final! mas não é isso que transparece, infelizmente. Cheira a negócio! Há coisa que não podem ser encaradas e decididas, baseadas apenas na análise cega de parâmetros de quantificação submetidos a modelos pouco testados e não aferidos às circunstâncias. As coisas especais, as que fazem a diferença, são, por isso mesmo, especiais. Necessitam de conhecimento profundo e, sobretudo, isento e despreconceituado! Não se pode começar pelo fim.

Para onde isto pode caminhar?

Ainda temo mais! mais preocupado fico quando penso que, tal como vejo apelos a ignorar as disposições actuais, os mesmos sentimentos tenham uma consumação, uma catarse mais “quente”, e tudo passa a cinzas!

Já me doí, só de pensar nisso. Mas vejo-o muito mais provável depois de ter assistido a momentos incríveis na assembleia de ontem no Gerês. A tensão do clima patente nos sussurros e a disciplina na contenção dos ódios …preocupa-me muito. Que maus pensamentos (recordações?) me invadiram.

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Março de 2009 - Vale do Alto Homem

 

O Hipócrita é como um arco.

Esta entrada é parte 4 de 9 na série Portaria 1245 - Taxas ICNB

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O Hipócrita é como o arco. Quanto mais se dobra, maior é o golpe.

Não podemos esperar mais nada. Falsidade e hipocrisia q.b. Fingimentos e falsas promessas. Esses sim, são os valores que predominam! Os verdadeiros ingredientes desta caldeirada!

Quanta mais esperança nós colocarmos nas resoluções e consequências da entrada em vigor do novo POPNPG, maior será a nossa desilusão. Sem fazer profecias, acredito que este lobo com pele de cordeiro, vai continuar a fazer das suas. Senão vejam:

– No debate de ontem, sobressai a promessa de que tudo será possível no futuro, desde que fundamentado e apresentado formalmente por escrito. Sabemos que não será assim. Aquilo que são “fundamentos interessantes” para uns, são-no “inaceitáveis” para outros; Ganhar tempo e deixar em “banho Maria”, são as estratégias prioritárias. …(e não se queixem – até houve debates, não houve? e ninguem disse nada, pois não?…)

– A portaria 1245/09  já está em vigor. Mesmo absurda, mesmo assim vigora! Apre! é preciso ser tanso para não entender isto! Quem está mal, de momento, são aqueles que para lá vão sem autorização e sem pagamento! isto é o que diz a Lei. Logo, quando tiverem que (e quiserem) agir… a lei está lá, e está do lado “deles”. O que respondeu o parque ao Rui Barbosa? Tudo bem, muito bem, mas PAGA e não bufes. …porque a portaria diz que tens que pagar….e como a gente (eles) ainda não sabe como isto vai funcionar, para já “só estamos a dar cumprimento à Portaria” dirão eles. Em que ficamos?

Ninguem é “o pai da Criança”. O PNPG e o ICNB, não tem culpa nenhuma. Andaram a “fazer filhos na mulher dos outros”. Ficam com o prazer,  não assumem a paternidade e a gravidez é um problema (só) da mãe. A culpa é da Comissão Mista que pariu o enjeitadinho. E assim, a culpa morre solteira. Alguma (culpa) pode sobrar na argumentação de que, a Pan Parks é muito exigente…e nós , nós que agora já aderimos, temos que cumprir!!!

Somos os tais que estamos, sempre que temos algo para resolver, estamos a “desenvolver projectos”, a “criar Comissões” e a “estudar o assunto”. O que é certo, é que os anos passam e os chicos espertos nos enganam com promessas ricas, qual ouro dos ciganos: – O pechisbeque!