Terrenos alagados pela barragem do Lindoso. Inundados há 20 anos…e as raízes, com teias de aranha, persistem…porque cresceram entre as pedras, entre a terra, entre as gentes! (Aceredo- Lobios)
A chover no Homem…
Seja qual for o pretexto…
… esperando que as condições meteorológicas não fossem muito para lá do previsto, lá partimos cedo da Portela do Homem. Antes da chuva (finalmente 🙂 !) ter começado, ainda foi possível obter algumas fotos no Vale do Homem…
Já no alto, o vento e a chuva fizeram-me passar ao modo “fotografia sub-aquática” e ensinar a máquina fotográfica a nadar….
Algumas fotos conseguidas!!! as que escaparam sem ter uma grande pinga na lente…
A represa de Carris
Para lá e… para cá
O destino da caminhada de hoje foi escolhido em comum acordo, já no carro em direcção ao Xurés. Isto era (só) para ser democrático. Mas não me deixaram! Obrigaram-me a decidir. Pois….de um momento para o outro, já me tinha metido em apuros e o dia ainda estava pela frente. Das muitas possibilidades e sugestões surgidas, na democracia do “..para mim está sempre bem, decide tu!”, a minha dúvida era bipolar! ainda bem. e como dúvida que se preze, mete discussão, discutimos. Não discutimos “o sítio onde iríamos”, mas sim, “quem decidia”. Calhou-me a mim! infelizmente
Era impensável “arrastar” estes companheiros para visitar a área ardida recentemente. Era o que eu tinha “destinado” para hoje!
Depois de um arrepio que me deixou desconfortável, um abanão de cabeça, e com a cabeça entre as orelhas, ainda, o destino apareceu.
Proposta: Subimos até ao ponto mais alto, e quando não houver nada mais alto descemos? Resposta: Vamos!
E fomos para lá…Ao passar a Ponte de Porta Paredes e enquanto o João e o Macedo se concentravam na pouca água corrente e no seu hipotético povoamento de sua predilecção…avistei um poste de marcação do trilho a flutuar semi-encalhado e preste a ir rio abaixoBaixo ao rio, recolho aquele náufrago… e devolvo-o no trilho. (não que seja muito útil, mas …)
Subir! Subir! e depois, mais ou menos sempre a subir…Subir o vale. Contemplando a pouca água que pouco corria…e levando com o vento nas ventas…
E com estes três raios de luz, contemplando o Pion de Paredes, último guardião das Sombras à nossa frente e escondendo o Altar de Cabrões, continuámos a subir.Deixando o olhar preso na Lua ( o avião era escusado!) e no maciço de Baltar que ficava para trás, subimos…de Mina em Mina…com Cabrões pelo meioE depois foi só procurar qualquer coisa mais alto pelas redondezas…
Fechei (fiz que fechei) os olhos para não ver a serra a preto e branco…e voltámos pelas sombras das Sombras. Os astros estão certos e o Sol já vai mais baixo…mas o Tempo…o Outono, o Outono vai mesmo tolo não vai?
E depois de tanto subir e descer…fomos para o carro que estava mesmo ali onde tinha ficado,… a melhor coisa depois de uma caminhada quando termina longe de casa…Obrigado aos companheiros por me aturarem! a culpa é do João que me disse para insistir na linha…pois
O que ardeu no Xurés?
São tantas as coisas que tinha para dizer. Prefiro não dizer nada. Mostro 2 fotos do José Macedo. Prevendo que a “maquininha de fazer retratos” que levei, não permitiria captar com força suficiente o caos que avistava, solicitei-lhe as fotos…Agradeço vivamente ao José Macedo o envio das fotos. A neblina presente que confere um ar “enevoado” às fotos, é o resultado do fumo que paira naquelas paisagens.
“A verdade sobre os incêndios na Serra do Xurés” no blog Carris
Um excelente trabalho do Blog Carris, sobre a verdade dos incêndios no Xurés.