Stª Eufémia e Albufeira do Lindoso

Antes que este blogue sofra uma inundação, tanta é a água que  por aqui vai, 🙂   mostro uma vista panoramica desde a Ermida de Nosa Señora do Xurés. (Março 2009)

À esquerda a serra de St.ª Eufémia e, mais ao centro, a Albufeira do Lindoso.

No rochedo do lado direito é visível a serpente estilizada ali esculpida e sobre a qual já tentei obter alguma informação,  sem qualquer sucesso até ao momento.

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Mais água

Foi indescritível esta caminhada no vale do Alto Homem. Uma das zonas do Gerês onde, seguramente, tenho passado mais vezes. Tem sempre surpresas. E que surpresa esta! A chuva como elemento dominante, em pingas grossas arrefecidas e empurradas por um vento vigoroso, transformou,  em poucas horas, aquele vale num espectáculo  raro e belo. Este ambiente era coadjuvado pelo rugir do Homem, em fúria e gozo ao passar soberano por sítios onde há muito não passava. Quase por magia, riscos brancos surgiam por todas as paredes e encostas revelando alguns segredos daqueles fragaredos.

…mais um pequeno clip video, com um pouco mais de definição….mesmo assim, e independente das limitações dos meios (é uma câmara fotográfica!), nada que se aproxime da sensação e emoção de assistir in loco.

Ao meio dia…ou carrega, ou alivia

21 NOV 09 – Começamos cerca das 9:00h e já sabíamos que não podíamos esperar outra coisa que não fosse um dia de chuva. Mas tanta?…

Mal começamos a descer o asfalto em direcção ao início do antigo estradão de acesso aos Carris, os primeiros pingos grossos instalavam-se em regime de permanência…e com tendência a piorar. Até às 15:30, hora a que terminamos, foram 6 horas  debaixo de uma chuva grossa e fria e por vezes tocada a vento forte. Castigadora! Nada que se recomende. A menos da beleza proporcionada, caminhar nestas condições não tem muito de agradável, verdade seja dita. Cerca do meio-dia, a coisa complicou-se com a intensidade da chuva e vento a aumentarem. Havia que regressar. Ao iniciarmos a descida, logo o Rui me chamou à atenção para o rápido aumento do caudal do rio Homem. Ali pelas Abrótegas, onde tínhamos recolhido água duas horas antes, o nível teria aumentado mais de 2 palmos, já que as pedras que nos tinham apoiado estavam francamente submersas. Estas duas fotos (feitas às 10:13 e 13:50, respectivamente, na zona do Madorno, olhando em direcção ao Curral das Albas) mostram a diferença e ilustram bem aquilo que ontem foi surpreendente: o repentino aumento do caudal de um rio e das ribeiras e linhas d’água que o alimentam. Tudo era água. Muita água!

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Água mole…

21 Novembro – Vale do Alto Homem, com muita chuva.

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Foi uma caminhada “pesada” mas compensatória. Muita água corria por aquela serra abaixo. Em pouco mais de 2 horas, as paredes pareciam rebentar e jorravam água por todo o lado. Até o gasto trilho que corre pela margem esquerda do Homem em direcção aos Carris, parecia mais uma linha de água que um caminho.

 

Há coisas incríveis, não há?

Uma vez na fenda da Calcedónia encontrei, no mesmo dia, 2 grupos  grandes “guiados” que visitavam a zona. Fiquei apavorado, e ainda bem que não assisti a nenhum acidente, embora estivessem reunidas todas as condições!!! Também me preocupei com o número de pessoas que visitavam a zona e o controlo das cargas diárias. Interroguei-me sobre as condições  de segurança em que o faziam. Interroguei-me das consequências e das soluções possíveis para evitar situações destas…Como era isto possível? Não havia dúvidas. Estava a acontecer ali diante dos meus olhos incrédulos. São necessárias, e urgentes, medidas de segurança, pensava eu.

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Quem estuda o problema? De que forma está vertido nos regulamentos que propõe o POPNPG/ICNB ? Nas autorizações taxadas é que não estará de certeza.

POPNPG – (mais) uma solução infeliz?

Esta entrada é parte 5 de 9 na série Portaria 1245 - Taxas ICNB

HPIM4285Ao ver, e sentir, esta vaga de desespero bilateral na turbulenta discussão do POPNPG, fico preocupado com alguns comentários e opiniões vindas dos mais diferentes quadrantes. A minha preocupação prende-se com a união, factor que considero fundamental para o sucesso de qualquer contestação contra este tipo de situações/instituições. Cada um defende a sua Dama. E é isso que me preocupa.

Lesados? Lesados somos todos, no meu mais simples entender! Os Residentes, os Lavradores, as Associações, os Clubes, as Empresas, os Visitantes, enfim, Todos!

Beneficiados? Muito sinceramente, já não sei o que pensar. Se, pelo menos a Natureza fosse beneficiada, aceitaria e ponto final! mas não é isso que transparece, infelizmente. Cheira a negócio! Há coisa que não podem ser encaradas e decididas, baseadas apenas na análise cega de parâmetros de quantificação submetidos a modelos pouco testados e não aferidos às circunstâncias. As coisas especais, as que fazem a diferença, são, por isso mesmo, especiais. Necessitam de conhecimento profundo e, sobretudo, isento e despreconceituado! Não se pode começar pelo fim.

Para onde isto pode caminhar?

Ainda temo mais! mais preocupado fico quando penso que, tal como vejo apelos a ignorar as disposições actuais, os mesmos sentimentos tenham uma consumação, uma catarse mais “quente”, e tudo passa a cinzas!

Já me doí, só de pensar nisso. Mas vejo-o muito mais provável depois de ter assistido a momentos incríveis na assembleia de ontem no Gerês. A tensão do clima patente nos sussurros e a disciplina na contenção dos ódios …preocupa-me muito. Que maus pensamentos (recordações?) me invadiram.

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Março de 2009 - Vale do Alto Homem