Mais branco

Começou com um telefonema cuja intenção era cancelar qualquer saída! … e foi cancelado…o telefonema!

Por esse rio acima


Outra abordagem… de encontro ao destino

Quinta-feira, 10 Fevereiro


O Curral de Maixon (Corvelle)


Depois das ameaças de chuva, as nuvens lá se mantiveram altas deixando o sol espreitar de quando em quando, embora sempre muito envergonhado. O melhor destas coisas, cada vez mais me convenço, é a consciencialização de que, “Quem nada espera, Tudo o que vem, É grato.” Assim foi!

Durante muito tempo, pensei, e fiz algumas tentativas “inconsistentes” de percorrer os cumes que encimam o estradão conhecido como Pista das Sombras. (Carbaliña – Corvelle – Frielo – Pion de Paredes até ao curral de Marabaixo)  Vi e revi, mapas – cartas militares-  ferramentas On-Line – Google Earth e similares – informações colhidas em amigáveis conversas com os residentes e conhecedores da zona, e, acima de tudo, uma vontade grande de querer lá ir! Queria passar por ali, mas faltava sempre a “oportunidade”!

Foi hoje! mas, ainda, soube a pouco…sabe sempre! Sem cair no pecado da gula (de Montanha, claro!), caminhando devagar, saciando o olhar na simples contemplação, foi um passeio que, tendo começado sem objectivos (muito) sólidos, se foi solidificando…sempre à cota…  🙂 que ora sobe, ora desce, mas segue por carreiros que enchem as botas de sensações indescritíveis, que nos correm pernas acima para acabarem gravadas no céu da boca, qual geófago, como Torga se assumia.

O trilho não está nas melhores condições. Está “maliño” como se diz por ali. Revela falta de uso, mas, mais coisa, menos coisa, está lá! mais difícil que seguir, por vezes, é prosseguir que se torna difícil.

(mais) Uma Caminhada Raiana

Sábado, 12 Fevereiro

Um Sábado passado entre o Xurés e o Gerês. Mais um passeio Raiano. Tudo se iniciou (e terminou) na Ernida do Xurés. Quando ali cheguei, já um simpático grupo ultimava os preparativos para começarem a sua caminhada.

Aguardei os meus companheiros do dia, refazendo o meu saco. Um pouco mais tarde, também nós seguimos pelo trilho das Sombras. Um pouco mais ligeiros, deixamos para trás esse grupo ao chegar ao complexo mineiro, prosseguindo depois até à Amoreira. Depois de algumas nuvens ameaçadoras de mudança de tempo terem coroado o Altar de Cabrões, o tempo estabilizou. A vontade era muita. O tempo ajudava. O resto nem foi preciso dizer… ‘bora lá, por aí acima, antes que se faça tarde.

Mas não ficámos por esse alto. Entre o Altar de Cabrões e o marco de Carris, com o azul espelhado da represa ali aos pés, a vontade cresceu mais um bocadinho, trocaram-se uns olhares, e quase sem dizer nada, apontamos à Nevosa. Depois, depois foi descer, fazer uma pausa, repor energias e regressar calmamente. Ainda encontrámos dois caminheiros espanhóis que aparecerem vindo do Pico do Sobreiro e acabavam de subir em linha recta vindo das minas das Sombras. Breve conversa, dentro da cordialidade conveniente nestas coisas de partilhar a montanha, e despedimo-nos para continuar em sentido oposto.