Minas das Sombras

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Sábado, 28 Novembro. Mais um fim de semana chuvoso. Uma manhã que que fazia jus às previsões meteorológicas. Muita chuva e vento forte, um grande arrefecimento no Domingo e possibilidade de neve nas terras altas, foi a previsão da Tv Galicia que ouvi na sexta feira à noite. De facto a manhã de Sábado apresentava-se  muito pouco motivadora para caminhadas. Embora o frio não fosse muito, o vento era forte e com rajadas. Recordo que cerca da 12:45, quando me encontrava a meio do último tramo do trilho das Sombras, sopraram duas rajadas  verdadeiramente impressionantes. A zona descoberta e sem árvores  onde me encontrava foram o meu único “sossego” . A força do vento foi tal que  inicialmente me desequilibrou obrigando-me a dar um passo atrás.

Saí de casa pouco convencido de que iria caminhar com aquele tempo. Afinal já havia 2 fins de semana que a chuva foi presença quase constante! Não me apetecia muito repetir. Não me apetecia mesmo nada!

Meti-me no carro e, pelo sim pelo não, deixa-me lá ir até à Ermida ver como isto está. A estrada merecia toda a atenção pois havia muitos ramos partidos e os efeitos das enxurradas eram bem patentes. Chegado à Ermida de N.º Señora do Xurez, o “convencimento” não era muito e o panorama desolador nada acrescentava à minha pouca disposição. Ainda por cima, pensava eu, não está tanto frio quanto isso, e a prometida neve não cairá certamente com estas condições. Saí do carro, passeei-me pelo adro, abriguei-me debaixo do alpendre na parede fundeira da Capela, e procurava maneira de resolver o meu dilema: Chuva? já estou farto. Caminhar? porque não… se estou aqui e não vejo nada mais agradável para fazer.

O tempo carregava. Decidi que não. Não iria caminhar com aquela chuva. Voltei ao carro e comecei a descer. Antes de terminar a descida, já quase ao chegar a Vilameá, o anjinho mau segredou-me ao ouvido: “-Vai lá caminhar, porque depois ninguém te atura, e vais-te arrepender”. O anjinho bom, esse já se tinha calado há muito perante as evidências meteorológicas.

Meia -volta. Voltei a subir decidido a ir até às Sombras.

Quase 4 horas à chuva. Um vento deveras forte a dar outra componente a esta caminhada que já fiz tantas vezes

A ponte do Rio Homem

Quase ao che­gar à fron­teira da Por­tela do Homem pela estrada  N308, pas­sa­mos na ponte sobre o Rio Homem, que será cer­ta­mente um dos locais mais foto­gra­fa­dos do Gerês, nome­a­da­mente o tramo do rio que fica a mon­tante. São inú­me­ros os car­ros que param ape­nas para fazer a foto da praxe, já que o sitio é ape­la­tivo a tal pela sua beleza e pelo facto de a “pers­pec­tiva” ser boa e de fácil enqua­dra­mento, fazendo com que normalmente resul­tem em “pos­tais ilus­tra­dos”. No meu caso pes­soal, em abono da ver­dade  se diga, não é dos meus cená­rios pre­fe­ri­dos. Embora ali passe mui­tas vezes, pou­cas são aque­las em que me dete­nho a foto­gra­far o local. No entanto, pro­cu­rei um pouco e encon­trei duas fotos, que junto a uma ter­ceira, feita no pas­sado Sábado. As datas das duas pri­mei­ras são, res­pec­ti­va­mente, Feve­reiro e Agosto 09. Como muda um rio…

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Stª Eufémia e Albufeira do Lindoso

Antes que este blogue sofra uma inundação, tanta é a água que  por aqui vai, 🙂   mostro uma vista panoramica desde a Ermida de Nosa Señora do Xurés. (Março 2009)

À esquerda a serra de St.ª Eufémia e, mais ao centro, a Albufeira do Lindoso.

No rochedo do lado direito é visível a serpente estilizada ali esculpida e sobre a qual já tentei obter alguma informação,  sem qualquer sucesso até ao momento.

(Para mover a imagem, clique e arraste o ponteiro sobre a foto. Para zoom, use tecla “Shift” e tecla “Control”) »»ver foto

Mais água

Foi indescritível esta caminhada no vale do Alto Homem. Uma das zonas do Gerês onde, seguramente, tenho passado mais vezes. Tem sempre surpresas. E que surpresa esta! A chuva como elemento dominante, em pingas grossas arrefecidas e empurradas por um vento vigoroso, transformou,  em poucas horas, aquele vale num espectáculo  raro e belo. Este ambiente era coadjuvado pelo rugir do Homem, em fúria e gozo ao passar soberano por sítios onde há muito não passava. Quase por magia, riscos brancos surgiam por todas as paredes e encostas revelando alguns segredos daqueles fragaredos.

…mais um pequeno clip video, com um pouco mais de definição….mesmo assim, e independente das limitações dos meios (é uma câmara fotográfica!), nada que se aproxime da sensação e emoção de assistir in loco.