Imagens: arquivo Francisco Baños©
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Um pequeno extracto das declarações da EDP quando as expropriações não estavam ainda concluídas e as ameaças de encerrar as comportas eram cada vez mais frequentes. As acções de luta continuavam. Os montantes pagos eram muito diferentes entre o lado de lá e o de cá.
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Ironia do destino. Sempre que subo ao alto do monte Muro, o céu desce…e lá se vão as paisagens. Uma coisa é certa. A serra ainda lá está, e não faltarão oportunidades. Ficam algumas fotos da subida, pelo estradão de Lindoso, em 20 de Agosto.
Foram tempos difíceis para estas regiões. É curioso o uso do termo “afectados”, empregue frequentemente a partir daqui, pois foi assim que passou a ser designada esta gente. Afectados por uma coisa que nunca poderiam vir a entender. Perder as suas terras e casas, os seus locais e suas memórias, o local onde nasceram e cresceram.
Foram tempos de negociação, umas vezes mais limpa e polida, outras mais baixa e até suja.Constituíram-se comissões arbitrais, assinaram-se contractos, fizeram-se acordos.
Imagens: arquivo Francisco Baños©
O programa e calendarização da obra eram alongados ao sabor das negociações. A resistência aumentava de lado a lado. O descontentamento aumentava e acendiam-se os ânimos.
Por esta data a EDP informou as populações que, em Outubro iria entregar aos organismos competentes as “Actas previas de expropiacion forzosa”. Seriam um momento decisivo para que a luta se acentuasse até à entrega das actas. Sucederam-se os cortes de estrada, as cargas policiais e até uma greve de fome, fechados na Igreja de Aceredo, por tempo indeterminado.
Os trabalhos de ampliação da antiga Barragem do Lindoso tiveram início em 1982. Na edição de 17 de Janeiro de 1991 o jornal galego “La Region”, anunciava o alagamento de sete aldeias de Entrimo e Lobios.
De facto as comportas viriam a ser fechadas, não em Agosto como se anunciava, mas sim em Janeiro de 1992.
Foram períodos de luta intensa dastas gentes pelas suas terras e haveres. Quer do lado Espanhol quer do lado Português, a EDP tentava descalçar a bota. Entrava-se na Dança das Expropriações.
Na edição de 2 de Setembro de 1991 o mesmo jornal relata a primeira acção colectiva desta luta pela terra levada a cabo no dia anterior, Domingo, na fronteira da Madalena. Uma caixa na primeira página remete-nos para a página 10, onde se relata esta primeira acção.
Foi há 18 anos!