A EDP negociava em 1991

Esta entrada é parte 3 de 27 na série Lindoso

Um pequeno extracto das declarações da EDP quando as expropriações não estavam ainda concluídas e as ameaças de encerrar as comportas eram cada vez mais frequentes. As acções de luta continuavam. Os montantes pagos eram muito diferentes entre o lado de lá e o de cá.

 

Imagens: arquivo Francisco Baños©

 

Louriça

Ironia do destino. Sempre que subo ao alto do monte Muro, o céu desce…e lá se vão as paisagens. Uma coisa é certa. A serra ainda lá está, e não faltarão oportunidades. Ficam algumas fotos da subida, pelo estradão de Lindoso, em 20 de Agosto.

Lindoso – quanto vale uma terra?

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Foram tempos difíceis para estas regiões. É curioso o uso do termo “afectados”, empregue frequentemente a partir daqui, pois foi  assim que passou a ser designada esta gente. Afectados por uma coisa que nunca poderiam vir a entender. Perder as suas terras e casas, os seus locais e suas memórias, o local onde nasceram e cresceram.

Foram tempos de negociação, umas vezes mais limpa e polida, outras mais baixa e até suja.Constituíram-se comissões arbitrais,  assinaram-se contractos, fizeram-se acordos.

 

 

Imagens: arquivo Francisco Baños©

 

O programa e calendarização da obra eram alongados ao sabor das negociações. A resistência aumentava de lado a lado. O descontentamento aumentava e acendiam-se os ânimos.

Por esta data a EDP informou as populações que, em Outubro iria entregar aos organismos competentes as “Actas previas de expropiacion forzosa”. Seriam um momento decisivo para que a luta se acentuasse até à entrega das actas. Sucederam-se os cortes de estrada, as cargas policiais e até uma greve de fome, fechados na Igreja de Aceredo, por tempo indeterminado.

 

A barragem de Lindoso – foi assim há 18 anos

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Os trabalhos de ampliação da antiga Barragem do Lindoso tiveram início em 1982. Na edição de 17 de Janeiro de 1991 o jornal galego “La Region”, anunciava o alagamento de sete aldeias de Entrimo e Lobios.

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De facto as comportas viriam a ser fechadas, não em Agosto como se anunciava, mas sim em Janeiro de 1992.

Foram períodos de luta intensa dastas gentes pelas suas terras e haveres. Quer do lado Espanhol quer do lado Português, a EDP tentava descalçar a bota. Entrava-se na Dança das Expropriações.

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Na edição de 2 de Setembro de 1991 o mesmo jornal relata a primeira acção colectiva desta luta pela terra levada a cabo no dia anterior, Domingo, na fronteira da Madalena. Uma caixa na primeira página remete-nos para a página 10, onde se relata esta primeira acção.

 

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Foi há 18 anos!