Coto de Olelas – O Quinxo

Uma manhã de Sábado com céu enublado, nuvens baixas encobrindo os picos mais altos a partir dos 900 metros. Um nevoeiro denso, quase chuva, quando chegámos ao alto.

Depois de percorrer um estradão que se inicia perto do campo de futebol de A Illa – Entrimo, mesmo junto à OU-336 – antiga estrada de Ourense, seguindo a direcção norte, começámos a caminhar pelo antigo caminho que conserva ainda algum empedrado, bordejando a Corga do Porto do Medio e contornando para Este até à zona recreativa do alto da Pica.Tempo para um breve descanso, contemplar a singular formação rochosa ali existente, já um ex-libris da zona, decidimos, apesar das nuvens que teimavam em roçar os picos, tentar subir ao alto de O Quinxo. Um antigo trilho muito apagado pela vegetação – que este ano, ali pela zona, cresce desmesuradamente como consequência natural do último Inverno/Primavera, se assim lhe podemos chamar! 🙂 , foi-se revelando por entre o muito mato existente .

Ao socairo do próprio Quinxo, sempre de olho na evolução das nuvens, lá nos aproximámos do pico. Por prudência, a “escalada” – (trepar, será a palavra mais adequada!) –  das últimas rochas, ficará para melhor condições de visibilidade. Faltavam menos de meia dúzia de metros e seria necessária outra abordagem para chegar mais facilmente ao topo. Alguns momentos de contemplação, na expectativa de alguma aberta que não aparecia, e voltámos a descer.

Novamente na área recreativa, decidimos descer até à estrada pelo antigo caminho que desce paralelamente ao estradão de acesso à Pica e se intersectam no final, já próximo do alcatrão. Um pouco de estrada até alcançar o carro, e como balanço final, mais um tempo bem passado por terras da Baixa Limia.

 

A Capela de San Bieito – Grou – (Lobios PNBL-SX)

San Bieito, Benito, Benedicto ou Bento, são algumas das diferentes maneiras de nomear o mesmo santo. O monge fundador da Ordem Beneditina, São Bento de Nursia.

São muitas as capelas, as igrejas, mosteiros, templos maiores ou menores,  em devoção a São Bento. Esta é mais uma.

Com acesso (também) por estrada asfaltada desde Reguengo –  Grou – concello de Lobios, PNBL-SX – a Capela de San Bieito é acessível por uma encruzilhada de caminhos, uns mais recentes que outros. Optando por sair de A Feira Velha, uma estrada asfaltada leva-nos até à ponte e parque de merendas do Rio Pacín, onde estacionei. Depois foi subir. Subir e subir bem ! A Ladeira do Pote e depois Castelos, tomando a direcção do Oural. Já com vista para a Serra do Xurés,  avistando mesmo em frente os vales do Rio Lobios e do Rio de Vilaméa, logo coroados pelo pico da Nevosa e pelo Altar de Cabrões, seguimos rodeando o Alto do Santorgo e continuando a linha do cume, chegamos à área envolvente da capela. Com um parque de merendas debaixo dos imponentes e viçosos carvalhos envolventes, é um local muito agradável.

 

Visita a Carris

 

Caminho Português de Santiago V – 6ª etapa

Esta entrada é parte 5 de 5 na série Caminho de Santiago

6ª Etapa – Picaraña – Santiago- 14.6 Km

Dia 13 Abril -Terça-feira. Amanheceu com um vento forte e frio.

Saindo de Picaraña, mais algumas centenas de metros de asfalto. Era a minha despedida à malfadada N550, até Faramello, já proximo do Albergue de Teo, que teria(?) sido melhor alternativa para ter pernoitado. Eram 9:00 horas estava no cruzamento para Valverde. Passo O Seve (ou O Sebe), cruzo a via férrea e vou entrando nos subúrbios de Santiago já em direcção a Milladoiro. Ainda não eram 10:30 quando, desde o Alto de Monteiros, avisto a cidade de Santiago.

Logo logo a seguir, caminhando já em pleno ambiente urbano, cruzo-me com uma caminheira Sul-Coreana muito jovem. Detivemo-nos numa conversa de dois minutos. Com um sorriso oriental rasgado no rosto e emoldurado nuns olhos amendoados muito felizes, a sua preocupação foi amimar-me! …Less than four kilometers…dizia-me sorridente. Perguntei-lhe para onde seguia.

– Oporto!

– Walking?

Allways walking…

Despedimo-nos e continuei para Santiago. Continuando caminho, desci um pouco até encalhar no “Tranvia-Café” cerca das 11:20, logo depois da subida da choupana, depois do hospital. Daí até à Catedral…pela Rua da Porta Faxeira

Subindo o Homem à luz da Lua

Depois de um fim de tarde de sexta-feira,  pouco auspicioso no tocante à meteorologia, e com compromissos imperativos durante o fim de semana, tornava-se cada vez mais difícil concretizar dois desejos: – caminhar e, sobretudo, caminhar ao luar!

À última da hora, tudo se organiza sem organização nenhuma – fantástico! como diria um qualquer adolescente no pleno uso das suas descargas endócrinas, quais glândulas… qual carapuça!

Tudo se ajustou! – horários e disponibilidade – locais e objectivos – vontades e interesses – até o céu se descobriu…

E, da tal organização, resultou uma caminhada nocturna na agradável companhia do Nelson e do Rebelo.

Subindo o Homem à luz da Lua!

O céu limpo, logo que cheguei à Portela do Homem, prometia uma subida ao luar. Enquanto esperava pelos companheiros, deliciei-me com as estrelas e constelações visíveis naquela pequena clareira da fronteira.

Ei-los que surgem! preparamo-nos e pés ao caminho. (ainda não me disseram o que jantaram para começarem a andar com aquela velocidade! 🙂 )

agua

Aguada e primeira pausa na Abilheirinha. O céu mantinha-se limpo e a caminhada prometia. Infelizmente, uma nebulosidade intensa instalou-se ainda antes de chegar à ponte do Cagarouço. Protegemos as mochilas, trocamos algum equipamento e prosseguimos debaixo de uma chuva miudinha e ingrata. A luminosidade nocturna, mesmo assim, era ainda suficiente para que todo o percurso tivesse sido efectuado sem recurso a qualquer iluminação. Com algumas pausas para descanso e contemplação, continuamos sem pressas.

O nascer do dia, minha grande expectativa, foi assim gorado pelas nuvens baixas que se passeavam nos cumes ( e vales!). Com o aquecimento da manhã, foram-se dissipando lentamente, desembrulhando-se em novelos de algodão fugindo ao vento. Uma visita ao sempre revisitado complexo mineiro dos Carris, e tempo para o regresso. Confesso que fiquei espantado com o elevado número de caminheiros que subiam e por mim cruzaram durante o final da manhã.

Caminho Português de Santiago IV – 5ª etapa

Esta entrada é parte 4 de 5 na série Caminho de Santiago

5ª Etapa – Caldas de Reis – Picaraña – 29.2 Km

2ª Feira, 12 Abril. Saio de Caldas, passando mais uma vez em frente ao Albergue e seguindo pela N550 por breves momentos, para logo cortar para Cruceiro por entre terrenos agrícolas, subindo sempre ao longo do Rio Bremaña.

Voltei a a cruzar a N550 para atravessar Campo e passar a Igreja de St.ª Maria de Carracedo. Continuando a subir, mais um cruzamento com a N550 para logo a seguir entrar numa outra zona mais rural, embora próxima da estrada, depois de Cortiñas, ladeando o Rio Valga, descendo até S. Miguel. No final deste agradável trecho, ao chegar à ponte, encontrei uma patrulha da Protecção Civil, que, para além de certificarem a passagem com um carimbo, procediam a um “registo de passantes” indagando o seu destino naquela jornada, no sentido de estimarem a ocupação dos Albergues que se seguem ao longo do Caminho.

Continuei para Pontecesures, descendo por entre aldeias e caminhos  onde, pela 1ª vez, encontrei caminheiros no trilho tendo caminhado lado a lado durante breves momentos.

Atravessado o Ulla, passei a caminhar na margem do Sar para entrar em Padrão. Dado que Padrão se preparava para as suas festas, a montagem de barracas e diversões obrigava a a um desvio do caminho habitual. A sinalização, de forma provisória mas cuidada, atirava-me para a margem esquerda, para retomar o trajecto normal junto à Igreja de Santiago muito próximo do Albergue (que não visitei)

Depois de um almoço ligeiro em Padrão, sigo, uma vez mais :-(, pela N550 até Iria Flavia, passando junto à Colegiada de St.ª Maria de Iria Flavia.  Ainda pela N550 – basta! – durante mais 1 km aprox. desvio-me para o mundo rural de novo atravessando as aldeias de Romeriz, Rueiro, Tarrio e Vilar até chegar a Escravitude cerca das 16:00 horas.

Facilmente faria os cerca de 15 km que distavam a Santiago. Numa agradável e interessante pausa no bar……informando-me dos possíveis alojamentos, equacionei as possibilidades tendo optado por ficar um pouco mais à frente no lugar de Picaraña. Infelizmente este foi o único sítio onde fui “menos bem” tratado. O preço anunciado e proposto não correspondia ao preço cobrado. Após alguma argumentação de parte a parte, e sem alternativas a este estabelecimento pouco sério, conformei-me e acabei por ocupar o meu quarto. Uma grande faculdade da nossa memória é esquecer! Dormi a 14.646 Km Santiago, indicação da placa mesmo do outro lado da estrada.