Depois de um fim de tarde de sexta-feira, pouco auspicioso no tocante à meteorologia, e com compromissos imperativos durante o fim de semana, tornava-se cada vez mais difícil concretizar dois desejos: – caminhar e, sobretudo, caminhar ao luar!
À última da hora, tudo se organiza sem organização nenhuma – fantástico! como diria um qualquer adolescente no pleno uso das suas descargas endócrinas, quais glândulas… qual carapuça!
Tudo se ajustou! – horários e disponibilidade – locais e objectivos – vontades e interesses – até o céu se descobriu…
E, da tal organização, resultou uma caminhada nocturna na agradável companhia do Nelson e do Rebelo.
Subindo o Homem à luz da Lua!
O céu limpo, logo que cheguei à Portela do Homem, prometia uma subida ao luar. Enquanto esperava pelos companheiros, deliciei-me com as estrelas e constelações visíveis naquela pequena clareira da fronteira.
Ei-los que surgem! preparamo-nos e pés ao caminho. (ainda não me disseram o que jantaram para começarem a andar com aquela velocidade! 🙂 )
Aguada e primeira pausa na Abilheirinha. O céu mantinha-se limpo e a caminhada prometia. Infelizmente, uma nebulosidade intensa instalou-se ainda antes de chegar à ponte do Cagarouço. Protegemos as mochilas, trocamos algum equipamento e prosseguimos debaixo de uma chuva miudinha e ingrata. A luminosidade nocturna, mesmo assim, era ainda suficiente para que todo o percurso tivesse sido efectuado sem recurso a qualquer iluminação. Com algumas pausas para descanso e contemplação, continuamos sem pressas.
O nascer do dia, minha grande expectativa, foi assim gorado pelas nuvens baixas que se passeavam nos cumes ( e vales!). Com o aquecimento da manhã, foram-se dissipando lentamente, desembrulhando-se em novelos de algodão fugindo ao vento. Uma visita ao sempre revisitado complexo mineiro dos Carris, e tempo para o regresso. Confesso que fiquei espantado com o elevado número de caminheiros que subiam e por mim cruzaram durante o final da manhã.