- A barragem de Lindoso – foi assim há 18 anos
- Lindoso – quanto vale uma terra?
- A EDP negociava em 1991
- Lindoso – as indemnizações
- Lindoso – Lista de silêncios
- Lindoso – aumenta a tensão
- Lindoso – notícias em 1991
- Lindoso- a espera desespera
- Lindoso – O calendário previsto
- Lindoso – as mobilizações
- Curvas de nível
- Lindoso – as cargas policiais
- Lindoso – o início do fim
- Lindoso – outras formas de luta
- Lindoso – A Terra e a Gente
- Lindoso – Cuando cantan las sirenas
- Lindoso – finalmente começavam os acordos
- Lindoso – A Igreja como arma
- Lindoso – o início dos pagamentos
- Lindoso – o primeiro susto
- Lindoso – notícias na TV
- Lindoso – a noite mais longa
- Lindoso – A primeira inundação
- Lindoso – 19 Janeiro 1992
- Lindoso – e a água ia subindo…
- Lindoso – 17 Fevereiro de 1992
- Lindoso – Aceredo em 26 Fevereiro 1992
É durante o mês de Outubro que se travam as maiores batalhas entre afectados e EDP. Como vimos, depois de tentativas de boicotar a realização dos actos que dariam por consumadas as expropriações, depois das cargas policiais, depois da greve de fome iniciada em Lobios, os ânimos começam a serenar.
No dia 31 de Outubro de 1991, recorrendo mais uma vez à imprensa local, vemos que foi depois de nove dias de greve de fome e fechados na Casa Consistorial que, à 1:20 da tarde do dia 30, as cerca de 40 pessoas abandonam as instalações municipais e declaram o fim da greve de fome, após a recepção de um fax assinado pelo delegado da EDP em Espanha, Silvio Gonzalez, onde é aceite a comissão de arbitragem proposta para levar a cabo as negociações das terras ainda pendentes.
Neste momento, convencidos de que os trabalhos não parariam, vendo a aproximação do Inverno e do tempo das chuvas, receando o alagamento eminente, o mais importante agora era conseguir o melhor preço possível pelas terras.
No mesmo acordo, a comissão de afectados, pela voz do seu advogado, exige da EDP um aviso prévio de 3 meses antes do encerramento das comportas. Expressam ainda pela primeira vez, aceitar o translado da Igreja de Aceredo, permitindo que as pedras comecem a ser numeradas para o efeito.
A igreja, bem como uma ponte, vão estar no cerne da discussão. Lembramos aqui que a Igreja de Aceredo seria transladada pela segunda vez!!! Também foi “moeda de troca” durante o desenrolar dos acontecimentos, como veremos em próximas entradas.
Entre choros e abraços, entre a entoação de uma canção composta durante o período de ocupação e muita emoção , acabou por se realizar um jantar com cerca de 90 pessoas, onde era de salientar a presença do Alcaide e demais membros do município.