Les 10 commandements de l’orientation
Original de
Adaptação do francês por JM
Perdeu o GPS, a bússola ficou em casa, o altímetro avariou…em resumo: está à rasca e na hora de testar os seus instintos de pombo-correio, ou então rever as técnicas clássicas de orientação. Dez dicas e conselhos para não perder o Norte.
1- Aprender a ler uma carta
Especialidade eminentemente masculina – a acreditar nas más-línguas – a leitura de uma carta é um pressuposto indispensável a qualquer caminhada. Uma carta digna desse nome apresentará (entre outros) as curvas de nível, que permitem, com um pouco de prática, visualizar mentalmente a “forma” do terreno: depressões, elevações, as montanhas e os vales.
A leitura das curvas de nível deverá “falar”, permitindo definir um itinerário e um horário. Pratique nos locais bem conhecidos, até visualizar o terreno em 3 dimensões a partir da carta.
2- Estimar a velocidade de progressão
Quatro quilómetros hora para caminheiros, 300 a 400 metros de desnível positivo por hora, 600 a 800 m na descida…A experiência leva-nos a estabelecer referências sobre o nosso ritmo e, portanto, a estimar mais facilmente o tempo do percurso. Na prática, se se perder a uma hora de marcha do último ponto conhecido, poderá então, para se situar, estabelecer um “círculo de incerteza” com um raio de 4 km. Entretenha-se um dia a contar os passos entre distâncias precisas e conhecidas (como, por exemplo, dois marcos quilométricos). Isto poderá ser extremamente útil no dia em que, no nevoeiro por exemplo, necessitemos de encontrar um refúgio ou local que se localize na carta a 700 m sudoeste.
3- Orientação pelas constelações
Guiar-se pelas as estrelas? Navegação bastante imprecisa, mas muito instintiva quando temos esse hábito. E de noite que outras referências podemos usar? Lembre-se: A norte, nas nossas latitudes, duas grandes constelações são visíveis: o Ursa Maior e a Cassiopeia. A Ursa Maior é facilmente identificável dada a sua configuração particular. As últimas duas estrelas (à direita) são utilizadas para encontrar a Estrela do Norte ou estrela Polar, que indica o norte. A Cassiopeia irá ajudá-lo a localizar Ursa Maior (por vezes pouco alta sobre o horizonte) e, assim, a regressar ao norte.
4- Construir uma bússola de emergência
Todo o caminheiro deverá ter no seu saco ou mochila, uma bússola. No entanto, seja qual for o motivo, (esquecimento, perda, falha de bateria para as electrónicas, partida…) poderá encontrar-se sem bússola. A maneira mais fácil e expedita de resolver esta situação é criar uma bússola de emergência. Com uma agulha (que deverá ter no saco de primeiros socorros J ) espetada numa folha seca, ou mesmo uma casca de árvore, e que flutue suavemente numa pequena poça de água. Lentamente orientar-se-á indicando o norte. Não é um sistema de grande precisão, mas poderá ajudar a sair de uma situação mais duvidosa!
5- Quatro elementos fundamentais – Mapa, Bússola, Altímetro e GPS
Com o advento dos GPSs, a bússola, o altímetro e, por vezes, a carta, ficam guardados no fundo do baú no sótão. Convém reter que 95% dos utilizadores não sabe funcionar com um GPS. Que facilmente nos esquecemos de trocar as pilhas. Que sem darmos conta, caiu do saco, etc. Nunca se fie num único instrumento. É arriscado, mesmo perigoso, contentar-se com um único instrumento. A carta é fundamental. Pesa pouco e pouco espaço ocupa. Leve sempre uma carta da zona consigo! Há altímetros com bússola incorporada. Um caminheiro “sério” usa sempre uma bússola de qualidade e um altímetro mecânico, por via das dúvidas.
6- Saber chegar a um ponto preciso com GPS
O GPS é um instrumento complexo e que exige pratica de utilização, para usar sem hesitações em situações de necessidade vital. A função principal: “GO TO” deverá ser bem conhecida e praticada com frequência. Comece por calcular as coordenadas do seu destino na carta. Para tal, localize as coordenadas referenciadas no bordo da carta e defina os valores do seu ponto de destino com a ajuda de um esquadro graduado. Introduza-as no GPS. Convêm ter lido e compreendido o manual de instruções, que normalmente fica dentro da caixa intocável. Uma vez o destino criado em coordenadas, use a função “GO TO” ou similar, de acordo com as marcas e fabricantes. Atenção que a rota traçada não evita falésias, grutas e obstáculos que possam surgir no trajecto marcado. Pelo contrário, mesmo contornando um obstáculo o GPS continuará a indicar a direcção correcta definida previamente.
7- Saiba encontrar referências intermédias
Quando nenhum ponto intermédio está disponível (árvore, pedra ou qualquer referência relevante), as referências intermédias poderão ser criadas usado um companheiro de viagem.
Na prática, envie um companheiro à frente, corrigindo o seu rumo (voz, gestos), de modo que é coincida com o azimute calculado. Uma vez no local, juntar-se-á a ele e repetirá a operação. Isto pode ser feito também no sentido inverso: Partimos à frente sozinhos até ao ponto desejado, baseados no nosso azimute (inverso) antes de fazer sinal de avançar para se juntarem a si. Com nevoeiro, caminhe atrás de um companheiro até ao limite da visibilidade, corrigindo-lhe a trajectória quando este se desvia da rota.
8- Mantenha-se no rumo
Nas situações de navegação à Bússola, somos confrontados com as referências intermediárias. Uma vez definida a direcção na carta, e transportada para o terreno, definimos o ponto de destino, à distância (Um cume, por exemplo) que determinará a nossa direcção. Os pontos intermédios (uma árvore, uma rocha, etc) situados igualmente nesta direcção definida, permitirão conservar esse rumo mesmo que a referência final desapareça devido aos acidentes do terreno.
9- Improvisar um itinerário alternativo
Atrasos, percalços, mau tempo…Por vezes há que improvisar um itinerário de emergência, para chegar a um determinado ponto. Usaremos o princípio da simplificação do terreno com paragens: “seguir o estradão até ao rio, do rio até à ponte, da ponte até ao carro…”
Este não será o mais curto, mas certamente o mais fácil.
10- Saber tomar a direcção errada
O erro voluntário é uma técnica de navegação que consiste em fazer um desvio, para termos a certeza da nossa posição. No concreto: se tivermos que encontrar uma passagem num rio que fica a norte: Caminhando na direcção determinada na carta, e uma vez chegados ao rio, se não encontramos a tal passagem, não saberemos se esta fica mais para a direita ou mais para a esquerda. No entanto, se seguirmos um azimute dois ou três graus à esquerda da direcção pretendida, uma vez chegados ao rio, bastará caminhar para a direita para encontrar a passagem.