3ª Etapa – Porriño a Arcade – 21.7 Km
Sábado. Um dia que prometia ser quente. E foi! Deixo passar um pouco o bulício causado pelos ciclistas que na sua maioria ocupavam o Albergue, e só saio pelas 8:40. Um pouco mais tarde, mas a jornada não metia pressa.
Deixando Porriño pela estrada N550, sigo mais à frente um desvio recente criado com a intenção de afastar os peregrinos da perigosa estrada de tráfego intenso. Ao verem-me percorrer um trajecto algo diferente daquele a que estão habituados a ver, alguns habitantes interpelaram-me e tentaram-me “corrigir” sugerindo mesmo que eu estava enganado. Ao início achei estranho, pois tinha a certeza de ter seguido a orientação dada pelo último sinal. Estava eu neste dilema, quando um dos habitantes mais informado confirmou a minha suposição. Trata-se de desvios recentemente criados como alternativas para evitar a circulação na N550 o máximo possível. Com a certeza de estar no caminho correcto, passo o Pazo de Mós (10:00) e inicio a subida da Rua dos Caballeros refrescando-me na fonte do mesmo nome. (10:23)
Antes de começar a descer para Redondela, passo por Santiaguinho das Antas com o marco miliário (via XIX) de Vilar – Guizan- Louredo. Por entre caminhos betonados e estradas secundárias asfaltadas descemos para voltar à fastidiosa N550 -passando os estaleiros de construção de mais um viaduto, que trás a população muito indignada.
Cheguei à Torre do Relógio, Albergue de peregrinos de Redondela, cerca das 12:45. Esperando a abertura do Albergue às 13:00, um ” amontoado” de caminheiros procurando a sombra, esparramava-se à porta. Todos muito atentos e controladores da chegada de cada um, tentando assim garantir lugar no Albergue, já que a ocupação se processa por ordem de chegada!
Descalcei-me, massajei os pés fartos de asfalto, e entretanto decidi continuar até Arcade, deixando a disputa dos lugares para os que decidiam terminar ali o dia.
Atravessei o centro o mais rápido possível, esperando deixar quanto antes a confusão citadina.
Saio de Redondela novamente pela N550, para seguir em direcção ao O Viso, Alto do Outeiro, zona já florestada, mas sem deixar de me apetrechar para o almoço, e já agora, mais um carimbo, no café bar “O Pereiro”.
Segue-se o trecho mais bonito do dia; a subida para depois sermos brindados lá no alto com uma panorâmica sobre a Ria de Vigo. Com o calor que se fazia sentir, ao contemplar aquele braço de água, animei-me para a descida até Arcade.
Por mera coincidência, o primeiro bar onde entro, é de uma Portuguesa! ” A Taberna” da D.ª Fátima. Quem diria! logo no primeiro tiro!
Decido pernoitar em Arcade, onde mais facilmente arranjaria alojamento do que em Pontesampayo, segundo as informações prestadas.
CONTINUA…