…“A la esencia mágica de esta agua [águas quentes], derivada de su condición medicinal, hay que añadirle un papel relevante en la conservación de la cultura tradicional local, mediante su explotación económica que reportó una importante contribución a la gestión de las leyes comunitarias que rigieron la población de Riocaldo desde tiempos inmemoriales, y, desde diversos frentes: la conservación de la Ermita del Xurés, el arreglo de caminos parroquiales, la construcción de cabañas pastoriles, puentes y dixurros. Aun se recuerda como fue adquirida en Lisboa la campana pequeña del Xurés a principios de siglo con fondos comunitarios de los baños“…texto de D.José Lamela Bautista aqui
Curioso este excerto do texto de D. José Lamela Bautista , onde nos dá conta, entre outras coisas interessantes, do espírito comunitário destas gentes das terras da Baixa – Limia. Aproveitando esta informação sobre o sino, resolvi ir vê-lo mais de perto. Sem de modo algum por em causa as afirmações deste texto, e mesmo antes de ver “in loco” o dito sino, a sua aquisição em Lisboa parecia-me bizarra. Primeiro que tudo , porque muito mais próximo do que Lisboa, fica Braga e a também porque a tradição da fundição sineira teve mais relevo no Norte. Mas tudo é possível. Que a aquisição tenha sido feita em Lisboa, tudo bem. Nada posso adiantar dado que não possuo elementos, nem os procurei, para poder afirmar tal coisa. Apenas posso constatar que a fundição foi de Leão & Filhos – Rio TInto – no ano de 1908, segundo a inscrição no próprio sino. Sempre pensei que poderia ser da famosa fundição Jerónimo, em Braga, famosa pelos seus relógios de torre e carrilhões. Não. Quanto à fundição não há dúvidas. Talvez outros factores, que não esta minha suposição lógica(?), tenham motivado a aquisição de um sino em Lisboa, tendo este sido fundido em RIo Tinto. Ainda gostava de conhecer a história…fiquei curioso!
Por curiosidade relato um pequeno episódio passado no final de uma caminhada que terminava ali nas imediações da Ermida de Nosa Señora do Xurés. Estávamos prestes a arrancar no carro para descer até Vilaméa, quando um outro carro de matricula espanhola acabava de chegar ao local. Sai um individuo que se dirige à escada de acesso aos sinos, sobe e poê-se a tocar durante um ou dois minutos. A minha curiosidade levou-me a perguntar-lhe se havia alguma festa, funeral, enfim, perguntei-lhe porque tocara os sinos. Engraçada resposta: “Porque me deu as ganas..eheheeh” e continuou: “aqui cada um toca as campanas quando lhe dê nas ganas. Quando “queirades” tocai-os. É bonito… e a gente “gusta-lhe”., dizia-me ele com simpatia e num galego que sou incapaz de transcrever.
Muito admirado com o que acabava de ouvir, despedi-me, meti-me no carro e fui andando…
Por vezes, quando estou por ali, lá me lembro deste episódio…e vou eu dar uma badalada. Sabe bem!