Quinta-feira, 10 Fevereiro
Depois das ameaças de chuva, as nuvens lá se mantiveram altas deixando o sol espreitar de quando em quando, embora sempre muito envergonhado. O melhor destas coisas, cada vez mais me convenço, é a consciencialização de que, “Quem nada espera, Tudo o que vem, É grato.” Assim foi!
Durante muito tempo, pensei, e fiz algumas tentativas “inconsistentes” de percorrer os cumes que encimam o estradão conhecido como Pista das Sombras. (Carbaliña – Corvelle – Frielo – Pion de Paredes até ao curral de Marabaixo) Vi e revi, mapas – cartas militares- ferramentas On-Line – Google Earth e similares – informações colhidas em amigáveis conversas com os residentes e conhecedores da zona, e, acima de tudo, uma vontade grande de querer lá ir! Queria passar por ali, mas faltava sempre a “oportunidade”!
Foi hoje! mas, ainda, soube a pouco…sabe sempre! Sem cair no pecado da gula (de Montanha, claro!), caminhando devagar, saciando o olhar na simples contemplação, foi um passeio que, tendo começado sem objectivos (muito) sólidos, se foi solidificando…sempre à cota… 🙂 que ora sobe, ora desce, mas segue por carreiros que enchem as botas de sensações indescritíveis, que nos correm pernas acima para acabarem gravadas no céu da boca, qual geófago, como Torga se assumia.
O trilho não está nas melhores condições. Está “maliño” como se diz por ali. Revela falta de uso, mas, mais coisa, menos coisa, está lá! mais difícil que seguir, por vezes, é prosseguir que se torna difícil.