Três fotografias :
Na primeira podemos constatar a não utilização de cimento ou tipo de argamassa.
Na segunda, verifica-se uma descaracterização com a aplicação de cimento em todas as juntas.
Na terceira, um caso de “evolução adaptativa”. Trata-se da “reformulação” de um espigueiro. Para lá do aumento executado em cimento com cofragem, também entenderam por bem consolidar algumas das juntas do espigueiro original, como se pode ver na parte superior esquerda. A cobertura também foi adaptada aos materiais modernos. Em vez das lajes de granito foi usado “Lusalite” ou material similar.
Para lá do duvidoso resultado estético, a aplicação de cimento, mais tarde ou mais cedo, virá a revelar os seus efeitos nocivos neste tipo de construções. Mas, está feito! e de forma irreversível. São as marcas do tempo e da sua passagem. Cheio de boas intenções, e seguramente com Necessidade, um dia, alguém adaptou este espigueiro. Não será isto legítimo?
Sempre que me interrogo sobre este tipo de “evolução”, ocorre-me de imediato a necessidade e dever inelidível de preservar a memória cultural, de preservar as tradições como legado às gerações vindouras. O futuro constrói-se hoje com aquilo que aprendemos no passado. Estarei errado?
Se queremos conservar um espigueiro, muito bem, conservemo-lo como ele é, ou era! Sem disfarces, máscaras ou “cosmética”. Conservemo-lo com verdade histórica.
Hoje temos cubas em inox, a substituir o tradicional fornecimento de água…