Minas dos Carris – magia de Inverno

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13 de Janeiro de 2013

Não é tarefa fácil tentar explicar o que foi esta visita a Carris. Feitas as últimas arrumações na mochila para não ter que levar coisas a mais e também para que nada falte, batemos a mala do carro e partimos na escuridão da noite. Estava frio, mas não o frio que tanto esperávamos. A motivação não se abalava. O céu alternava entre breves períodos limpo e  alguma chuva miúda e gelada. As pingas, cintilando à luz do frontal, pareciam, por vezes, pequenos flocos de neve.

À medida que subíamos, o ar tornava-se mais frio e seco. Pequenos tufos de neve gelada, começavam a polvilhar o caminho. Mais acima um pouco, e o som debaixo das botas modificava-se. As pedras aveludavam-se com alguma neve muito molhada e por vezes já gelada. Por alturas das Abrótegas, a progressão passou a ser mais “pesada” e passamos a pisar neve mais recente e fofa. Vencido o tramo final sob uma chuva gelada a roçar um granizo miudinho,  chegávamos a Carris com pouco mais de 3 horas de marcha.

Algumas fotos à chegada e rapidamente procurámos abrigo. Tempo para uma bebida quente e uma tentativa de repouso… Tentativa! O único espaço coberto, infelizmente, como sabemos, é a antiga casa do gerador. O lixo deixado aqui, e noutros locais, por muitos dos visitantes, vai-se acumulando e tornando este pequeno abrigo num local pouco aprazível! Podemos ver aqui.

DSCF1233DSCF1234DSCF1235DSCF1238Aos primeiros momentos da alba, logo nos apercebemos do nevoeiro intenso que encurtava o horizonte e conferia ao local um ar ainda mais místico. Carris envolto em nuvens! As nuvens apressadas fugiam e deixavam momentos de melhor visibilidade. O vento soprava forte por vezes, rondando entre Oeste e Noroeste. A precipitação alternava entre chuva gelada, um granizo miudinho que feria no rosto, e flocos de neve arremessados quase na horizontal. Lá saímos da toca… e toca a fotografar. As duas máquinas fotográficas que levava, esforçavam-se por funcionar. As baterias, velhinhas é certo, pouco rendimento davam devido à temperatura. Aos poucos e com a paciência suficiente para não as por a “transpirar”, evitando a condensação no interior, aqueci-as com as mãos e elas lá foram respondendo. Mas o calor das mãos também não era muito…

Esqueci-me facilmente do tempo percorrendo muitos dos cantinhos conhecidos, agora mascarados de branco, numa metamorfose que a Natureza orquestrou a seu bel-prazer. As variações de luz resultantes da densidade de nuvens, oscilavam entre um azul frio e um sépia pálido, criando nuances singulares.

Ainda antes de iniciar a descida, reconfortámos o estômago e tomámos um café que  nos aqueceu a alma.

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