17 de Setembro
Saindo da povoação de Guxinde, concello de Entrimo, provincia de Ourense, foi recentemente criado um novo trilho (Sendeiro ruta do Pan). Bem sinalizado e limpo, a continuação deste trilho leva-nos até a fronteira da Ameijoeira ladeando sempre o Rio Castro Laboreiro. Nos meses de Inverno, quando o caudal do rio for maior, penso que será difícil realizar este trilho. O facto de discorrer tão próximo do rio, terá por certo zonas alagadas. Depois de abandonar a aldeia de Pereira e subindo em direcção ao Mioto, logo nos deparamos com um cruzamento indicando o Pr-G 128 e a Casa Do Frade.
A Casa do Frade é um moinho recentemente restaurado (cuja intervenção é muito discutível em termos de preservação da “autenticidade” da construção) localizado numa zona de difícil acesso, cuja descida merece o máximo de atenção!!! Na proximidade, um painel informativo bastante completo, faz advertência à perigosidade da zona aconselhando a não fazer a visita. De facto, a visitação do moinho obriga a uma descida íngreme e escorregadia, perigosa em tempo seco e muito perigosa em tempo de chuva. No entanto, parece-me mais seguro a criação de um acesso artificial seguro (escadas de madeira com corrimão, cordas e fixações metálicas, por exemplo) do que a informação desaconselhando a visita. Quando se diz “perigosa” em todos nós passa a tentação se avaliar pessoalmente o grau de dificuldade e perigo envolvido. A dificuldade e o perigo, versus segurança, são factores muito relativos e directamente proporcionais à preparação e desempenho de cada um. Talvez fosse melhor criar condições que facilitem a descida em segurança do que desincentivar a visita. Que sentido faz recuperar um moinho para criar uma mais valia do trilho, para depois não ser visitável em segurança? Que sentido têm investimentos destes? Ainda para mais, o moinho não é sequer visível, sem que se faça a tal descida…e todos, uma vez ali chegados gostarão de ver o moinho.
Voltando a trás cerca de 200 metros, prosseguimos por um caminho desbravado há muito pouco tempo que desce até à margem do Castro Laboreiro, delimitador soberano da fronteira, encontrando-se por vezes alguns tramos com arame farpado, o que não deixa de ser um absurdo, mais a mais com a proibição do seu uso esteja regulamentada, tanto em Portugal como na Galiza!Fronteira(?). Zona de caça(?) Perigoso e inutil, isso é de certeza!
Passamos em frente ao lugar de Mareco e logo a seguir cruzamos um muro de fronteira que desce a ladeira desde a Ameijoeira ou Ameixoeira. Subimos junto à ponte pela estrada até ao antigo posto da Guarda Fiscal cortando depois para Pereira passando junto ao marco 51, percorrendo parte da Ruta Equestre – PNBL-SX. Pelo meio, ficou uma chuvada inesperada num dia em que o tempo correu as 4 estações do ano. Um passeio de dificuldade média-baixa, muito agradável. Foi uma enorme satisfação encontrar patos selvagens em alguns locais, bem como a presença de peixes e insectos aquáticos, reveladores da boa qualidade da água.