Esta caminhada propunha dois objectivos: Subir ao Pico da Nevosa e, tanto quanto possível, juntarmo-nos por umas horas a um grupo de companheiros que deveriam estar pela zona. Meu dito , meu feito.
Sabíamos que a jornada era um tanto ao quanto pretensiosa no que respeita ao percurso, mas o optimismo era grande.
Saímos cedo. Aproveitando o fresco da manhã que deixava adivinhar um dia quente para aqueles lados, partimos da Ermida de Nosa Señora do Xurés, iniciando o trilho das Sombras. Também o vale acordava por entre as sombras dos picos que recortavam um céu limpo e azul, deixando-nos sempre a oportunidade de repetir mais uma vez aquelas fotos que já fizemos dezenas de vezes. A bom e confortável ritmo, facilmente chegamos às Minas das Sombras. Infelizmente, pouco a pouco, aquilo que ainda poderia ser recuperado como “original” e autêntico, e futuramente figurar de pleno direito no espólio de uma eventual musealização “in loco” da exploração mineira de outrora, pouco a pouco vai-se desfazendo, vai sendo destruido de forma natural e vai sendo vandalizado a cada uma das visitas menos conscienciosas que por ali passam. Desta vez, um banco tosco de tábuas pregadas, que se encontrava ainda dentro das instalações, estava cá fora. Amanhã não estará!
Após uma breve paragem, seguimos em direcção à Amoreira subindo depois em direcção ao alto de Carris. É sempre agradável a vista daquela mancha azul de água da represa dos Carris. A sublime recompensa do esforço da subida, enche-nos a alma.
Reconfortados e sentido a hora do possível encontro eminente, começamos a descida para atingir o trilho que nos levaria até à Nevosa.
Foi com enorme satisfação que em breve avistamos o grupo. Saudações cumpridas, rumamos ao objectivo com um entusiasmo indescritível. Num pulinho estavmos lá. Registou-se, fotografou-se, comtemplou-se, disfrutou-se, riu-se, silenciou-se, sentiu-se o local e a paisagem…alimentando-se o espírito…
até que um pensamento coletivo, vindo do mais profundo de cada um, pedia alimento também. Desta feita para o corpo!
Iniciada a descedida em direcção aos Carris, foi tempo para encontro com um simpático grupo de caminheiros espanhois. Com algum humor, e aproveitando o encontro junto da fronteira, discutiu-se a confusão das cartas e suas diferentes edições e editores, bem como a delimitação das fronteiras e da toponímia. Com humor e tentando ajudar a esclarecer as divergências, despedimo-nos cordialmente.
Chegados à represa dos Carris, tempo de almoço, convívio e separação. As 15:30 chegaram à hora prevista, o que nos parecia cedo demais para iniciar o regresso. Assim foi. Descemos o Vale do Alto Homem tendo terminado pelas 17:30. Obrigado a todos! Ficam algumas fotos.