Lixo…que se lixe!

Se pode, e consegue, levar uma embalagem cheia para um ambiente natural, também pode certamente trazê-la vazia na volta. Embalagens vazias pesam pouco – necessariamente menos que cheias – e provavelmente ocupam menos espaço na mochila do que quando cheias. Quanto ao peso…não se desculpe com o cansaço e a poupança de energias. Aprenda a diminuir a quantidade de lixo, deixando em casa as embalagens desnecessárias.

Queimar ou enterrar o lixo, não são soluções aceitáveis. Além dos perigos de incêndio, há determinado tipo de embalagens que não queimam completamente, passando então a constituir lixo queimado. Enterrando hoje, amanhã poderá estar descoberto por uma linha d’água, um deslocamento de terras ou por um animal, entre tantas outras coisas possíveis de o desenterrar.
Falando de animais e do nosso lixo, recordo que a possibilidade de ingestão de lixo por animais – e o lixo que por aí vemos está relacionado na maior parte das vezes com as refeições, o que o torna mais atractivo – não tão rara vezes quanto isso – pode causar grandes distúrbios e sofrimento, podendo mesmo ser causa de morte. Um animal selvagem, facilmente engole sofregamente um pedaço de plástico, papel metalizado, ou qualquer outra coisa que envolva comida ou contenha os seus odores. Basta que lhe sejam apetecíveis e as circunstâncias assim o proporcionem. Há tempos, embora possa parecer pouco agradável ou interessante registar em fotos, dirão alguns, tive oportunidade de comprovar isto mesmo. As fezes que observei continham na sua extremidade um pedaço de plástico (?). Cuidadosamente removi-o no sentido de, e da forma mais conveniente, me “certificar” da natureza do material e fotografar.

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Traga TODO o lixo consigo. Os pequenos lixos – que por serem pequenos não são menos lixo – tais como papéis de rebuçados ou chocolates, por exemplo, habitue-se a metê-los ao bolso. O mesmo digo para as beatas dos cigarritos fumados. E quanto tempo permanece um filtro de cigarro? Nada tenho contra fumadores, mas não tolero o gesto displicente de lançar ou esmagar a beata no chão. Não resvale na ideia de que, sendo tão pequenino, não vai sujar. Todo o lixo é lixo, grande ou pequeno!

Outra situação prende-se com o lixo dito biodegradável. Um lixo que até parece simpático. A casca de banana ou da laranja que tão bem nos soube, a juntar com um bocadinho do pão que, com muita pena nos caiu ao chão, mais as casquinhas do queijo que ficam para os passarinhos, podem ser nefastos às dietas de muitos dos animaizinhos que por ai andam, rastejam e voam.

Habitue-se a acondicionar o lixo para trazer de volta. O saquinho que serviu para levar, também deve dar para trazer. Experimente! E é grátis. Mas se o lixo abandonado me incomoda, mais me incomoda ver aqueles saquinhos muito bem arranjadinhos, encostados caprichosamente atrás de qualquer coisa. “Atrás de qualquer coisa” entenda-se como “do lado que se vê menos”. Esconder atrás de uma pedra, num buraco ou onde quer que seja, constitui uma solução tão ridícula quanto aqueles que a praticam. É preciso coragem para tal! Todo ensacadinho, arrumadinho, mas esquecido ali “inocentemente”. Fico preocupado e envergonhado ao mesmo tempo.
Preocupado porque, os que assim procedem, com condutas tão repugnantes em coisas tão simples e primárias, certamente procederão de igual modo desrespeitando outros princípios fundamentais enquanto andam por essas serras. Seria ingénuo ao acreditar que quem deixa um saco de lixo abandonado, se preocupa com o que quer que seja.
Envergonhado porque tenho concidadãos capazes de tais comportamentos. Comportamentos execráveis mais que demonstrativos de que, a sensibilidade e entendimento necessários para aceitação de valores e princípios universais, fica ainda muito aquém do aceitável.