Estes amáveis convites são um privilégio. Assistir assim a uma fornada de pão, tão tradicional quanto possível, remete-nos para um passado não muito longínquo, mas em franca extinção. Nada faltou. Conto um bocadinho da história; Primeiro do forno e da cozedura do pão, depois, do convívio!
Antes de mais, refiro o árduo trabalho de preparação do forno.E quando digo árduo, acreditem que é mesmo. Preparar a lenha – queimá-la – alimentar o fogo com mestria – distribuir as brasas – remover e limpar de forma a receber a massa, não são tarefas rápidas nem fáceis. Necessitam tempo e saber, coisas que estão em extinção, e são assustadoramente raras.
Estando o forno limpo com um pano molhado, removido o borralho de forma conveniente, fazem-se os últimos preparativos à massa e, zás, toca a cozer.Forno carregado, avaliada a temperatura e estimado o tempo para cozer, restava aguardar o fascinante momento da abertura e todo o resultado de um trabalho carregado de simbolismo; – O pão, o forno comunitário e a comunidade!Depois foram chegando os veciños. Com tempo, necessariamente!
As “entradas” à entrada. Uma mesa farta e à galega, típica e extremamente abundante.
De forma informal, genuína e espontânea, sem dúvida o inestimável valor destas manifestações que, com muito trabalho, se esforçam por manter vivas estas tradições, as pessoas conversaram, ajudaram-se e partilharam tarefas, divertiram-se. Sabemos que é muito difícil conseguir tudo isto nos tempos que correm. Felizmente (ainda) há alguns que o conseguem. Bem-hajam. Obrigado.